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Fãs de banda de K-pop acampam em estádio mais de três meses antes de show

Catorze barracas foram montadas em uma das entradas do Allianz Parque; o show da banda BTS está marcada para 25 de maio

Por Guilherme Queiroz
Atualizado em 8 mar 2019, 14h54 - Publicado em 7 mar 2019, 19h13

Noites dormidas em cantinhos apertados, chuvas constantes e idas e vindas entre Taboão da Serra e a Barra Funda, na Zona Oeste. Essa é a rotina que deve acompanhar as irmãs Jéssica e Katllen Araújo, de 25 e 18 anos, pelos próximos quase três meses. As meninas que moram na região metropolitana da capital estão acampadas em frente ao portão B do estádio Allianz Parque desde 18 de fevereiro. Devem ficar por lá até 25 de maio, aguardando a chegada da banda BTS para um único show no Brasil.

Fenômeno do K-pop, o conjunto sul-coreano emplacou nas paradas de sucesso mundiais nos últimos anos, se tornando popular entre o público jovem. As batidas contagiantes e letras em inglês e coreano arrastam multidões. A última vinda dele para cá foi em 2017, no Credicard Hall, quando os ingressos esgotaram rapidamente para suas duas apresentações. O grupo volta em maio com a turnê Love Yourself: Speak Yourself.

Junto com cerca de cinquenta pessoas na fila, as irmãs se revezam em uma barraca que conta com um colchão inflável de casal e um de solteiro, onde dormem até onze pessoas por noite. O objetivo é, claro, serem as primeiras na grade no dia do show, e também garantir em primeira mão os ingressos físicos, que serão vendidos na bilheteria do local a partir de segunda (11).

BTS é a atração mais aguardada pelos fãs do K-pop (Divulgação/Divulgação)

Cerca de catorze barracas aparecem por ali, com uma média de trinta membros em revezamento cada. Nos “quartéis generais” são feitas escalas de permanência entre os participantes. “A gente toma bastante chuva”, conta Jéssica. As irmãs relatam que os temporais dos últimos dias têm dificultado a permanência no local, e alagado as instalações. As idas ao banheiro são feitas em estabelecimentos próximos ao estádio, como nos shoppings Bourbon e West Plaza, e na lanchonete ao lado, um Burger King.

Os banhos ficam por conta, por exemplo, de moradores da região que têm cobrado uma média de 8 reais dos aventureiros para o uso do chuveiro. Os “armys”, como se denominam os fãs do conjunto, dizem que não arredam o pé da Avenida Francisco Matarazzo. E vieram bem preparados: “Temos uma barraca para dormir e outra para mantimentos”, explica uma garota que se identificou como Lolla Skye. “É tudo pelo BTS”, derrete-se. 

Tamanha euforia tem motivo. Na Coréia do Sul, o serviço militar é obrigatório aos homens e os fãs temem que o grupo possa entrar em um hiato no próximo ano. “No final de semana, devem chegar caravanas de outras regiões do Brasil”, afirma Larissa Batista, outra frequentadora da barraca.

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As amigas em frente ao portão B do Allianz Parque (Guilherme Queiroz/Veja SP)

A rotina, apesar das adversidades climáticas, tem sido relativamente tranquila. Situações mais tensas surgem apenas em dias de jogos no estádio, como em 23 de fevereiro, quando ocorreu um confronto entre Palmeiras e Santos. “Achamos melhor nos deslocarmos para uma praça aqui ao lado até o fim da partida, para evitar ficar no meio de confusão”, relata Jéssica. Eventualmente, surgem ainda atritos entre as barracas. “Queremos manter o acampamento organizado e limpo”, explica Jéssica.

Questionada sobre a reação da família, a maioria tem a mesma resposta: os pais não veem a atitude com tanta aprovação. Grande parte dos que estão acampados é maior de idade, entre 18 e 26 anos. “Algumas pessoas que passam por aqui até oferecem ajuda, perguntando se queremos água ou comida”, diz Lolla.

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Pelo jeito, o maior inimigo são definitivamente os “dilúvios” que vêm caindo na capital nos últimos dias. “Recentemente ficamos embaixo de um ponto de ônibus da avenida esperando a chuva passar, olhando nossas coisas de longe”, lembra Jéssica.

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