Aplicativos ajudam na busca por táxis
Programas desenvolvidos para celular e tablet minimizam problemas na hora de achar carros
A capital soma hoje aproximadamente 33.750 táxis, número insuficiente para atender à demanda de usuários. Com essa frota, a cidade tem uma média de um carro para cada 338 habitantes (no Rio de Janeiro, a proporção é de um por grupo de 201 moradores). Os números ilustram o sufoco conhecido na prática por muitos paulistanos na hora de fazer uma chamada para uma central de radiotáxi: uma longa espera na linha.
Nos últimos tempos, surgiram alguns aplicativos para celular e tablet que prometem facilitar essa busca. Depois de o cliente preencher um cadastro pela internet com o pedido, em poucos minutos um veículo chega ao local para atendê-lo. Além disso, é possível escolher o carro segundo o modelo e até por acessórios que ele carrega a bordo, como videogame e TV, entre outros. “Virei fã do negócio”, afirma a empresária Fabíola Ferreira. “É uma coisa pontual e confiável.”
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No início do mês, VEJA SÃO PAULO testou os principais produtos disponíveis no mercado, comparando seu atendimento ao de duas empresas de radiotáxi nos mesmos horários e percursos. Quatro companhias virtuais entraram na avaliação. Duas delas (Way Taxí e Taxí Aqui) apresentaram resultados frustrantes. Ambas informaram no processo da chamada que não tinham carros disponíveis naquele momento. As outras duas se saíram bem melhor. O veículo da Resolve Aí demorou apenas dez minutos para chegar e o da Taximov levou catorze minutos. Os radiotáxis não conseguiram realizar o atendimento em menos de vinte minutos.
A maior agilidade ocorre graças à ajuda de um sistema computadorizado que localiza automaticamente, com a ajuda de um GPS, os motoristas mais próximos num raio de 7 quilômetros de onde partiu a chamada. O sistema também seleciona imediatamente os profissionais disponíveis naquele momento, poupando preciosos minutos.
Cada um deles anda com um aparelho que informa de trinta em trinta segundos as coordenadas de localização do veículo. Em alguns casos, é possível acompanhar por um mapa na tela do celular, do tablet ou do computador a movimentação do automóvel do ponto de origem até o local de destino.
As empresas responsáveis pelos serviços possuem também um grande número de taxistas cadastrados. A Resolve Aí, por exemplo, dispõe de 2.500 colaboradores espalhados pela metrópole, quatro vezes a frota de uma companhia convencional como a Use Táxi. “As vantagens são inegáveis”, avalia Thiago Ghougassian, consultor especialista em mídias sociais e usuário há alguns meses dos aplicativos. “Otimizou o meu tempo e, principalmente, poupou a minha paciência.”
Certa vez, Ghougassian chegou a perder mais de uma hora para chamar um radiotáxi por telefone. “Dava interferência no rádio e a atendente não entendia as coordenadas, entre outros problemas”, afirma. Nessa ocasião, para piorar as coisas, chovia em São Paulo. “Acabei perdendo uma viagem devido ao atraso”, lembra o consultor.
Não só os passageiros estão contentes com a novidade. O motorista Agostinho Conceição de Freitas, há dez anos na praça, usa o sistema digital desde janeiro. Ele pertence a uma cooperativa e se cadastrou em uma empresa de táxi pela internet por conta própria. Em média, faz duas corridas por dia. “Não dá para trabalhar apenas dessa forma hoje, mas, no futuro, acho que esse modelo vai engolir o radiotáxi.”
As companhias tradicionais estão reagindo de forma diferente à tecnologia. Ricardo Auriemma, dono da Alô Táxi, considera o uso dos aplicativos no setor um avanço, mas não perde a oportunidade de alfinetar a concorrência digital. “E se o passageiro esquecer algum objeto no veículo? Vai reclamar com quem?”, questiona. Outras empresas começaram a desenvolver suas próprias ferramentas, caso da Use Táxi, que ainda não tem prazo definido para lançar a novidade. “O uso de smartphones na área de serviços é inevitável”, resume Eder Luz, presidente da cooperativa.
O TESTE DO CHAMADO
No início do mês, VEJA SÃO PAULO comparou o atendimento de duas empresas virtuais ao de duas centrais de radiotáxi com base em um mesmo percurso*
Tempo de espera: 10 minutos
Preço da corrida: 14 reais
Tempo de espera: 14 minutos
Preço da corrida: 14 reais
Alô Táxi (Tel: (11) 3229-7688)
Tempo de espera: 20 minutos
Preço da corrida: 12,50 reais
Use Táxi (Tel: (11) 5582-2000)
Tempo de espera: 21 minutos
Preço da corrida: 15 reais
*Avaliação realizada entre 4 e 5 de setembro, considerando percursos de 2 e 5 quilômetros entre as ruas Estado de Israel e Domingo de Morais, na Vila Clementino, Zona Sul