Dez animações para o público adulto
“Akira”, “South Park” e outros desenhos para ver longe das crianças
![Cena de Fritz, o Gato](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/11/3880_fritzthecat.jpeg?quality=70&strip=info&w=450&h=308&crop=1)
Não é porque é desenho animado que foi feito para o público infantil. Essa máxima vale para algumas animações, inclusive “O Gato do Rabino”, que chega aos cinemas nesta sexta (24).
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A fita carrega a bandeira da paz entre os povos, mas o politicamente correto para por aí. O roteiro é cheio de piadas religiosas – a começar pelo felino falante que quer fazer seu bar-mitzvah – e ironias corrosivas. É o que poderia se esperar do diretor Joan Sfarr, que deu o mesmo tratamento anárquico à vida de Serge Gainsbourg em “O Homem que Amava As Mulheres” (2010).
Tire as crianças da sala e confira, a seguir, dez outras animações feitas especialmente para o público adulto.
“Fritz – O Gato” (1972)
Primeira animação a receber censura máxima nos Estados Unidos, a adaptação da graphic novel de Robert Crumb se tornou uma das mais importantes (e bem sucedidas) fitas independentes. Sem diluir o humor venenoso do cartunista, o diretor Ralph Bakshi satiriza movimentos políticos e sexuais dos anos 60. Fritz, um gato moderninho, vive um cotidiano em que não faltam drogas e “amor livre”. Numa das primeiras cenas, ele participa de uma orgia com três gatas em uma banheira.
![Imagem do filme "Akira"](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/12/akira1.jpeg?quality=70&strip=info&w=650)
“Akira” (1988)
Esse filme japonês chamou a atenção da crítica e redefiniu os limites do anime com uma trama complexa. Num visual parecido com “Blade Runner” (1982), de Ridley Scott, a história acompanha uma gangue de motoqueiros em busca de seu amigo Kaneda – raptado para participar de um projeto militar ultrassecreto que confere superpoderes às cobaias.
![Cena de Beavis e Butt-Head Conquistam a América](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/12/beavis-and-butt-head-do-america-wall-poster.jpeg?quality=70&strip=info&w=650)
“Beavis and Butt-Head Conquistam a América” (1996)
No desenho da MTV, os adolescentes Beavis e Butt-Head faziam comentários rabugentos (e repletos de grunhidos) sobre os clipes transmitidos pela emissora. O universo dos personagens, não à toa, teve que ser ampliado para justificar um longa-metragem sobre a dupla. O road movie “Sem Destino” e comédias atrevidas como “Porky’s” inspiraram o diretor Mike Judge a escrever a aventura dos amigos para recuperar a televisão, que desapareceu.
![Cena do filme South Park](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/12/southpark.jpeg?quality=70&strip=info&w=650)
“South Park: Maior, Melhor e Sem Cortes” (1999)
A série vencedora de quatro prêmios Emmy ganhou um filme em 1999. Na absurda trama, a turma que já era desbocada aprendeu novos palavrões depois de assistir a um longa impróprio para menores. Esse é o estopim para que a mãe de Kyle, um dos personagens, declare guerra ao Canadá. Em outra tirada hilária, Saddam Hussein e o diabo vivem como um casal no inferno. A fita concorreu ao Oscar de Melhor Canção por “Blame Canada”.
![Waking Life](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/12/waking-life.jpeg?quality=70&strip=info&w=650)
“Waking Life” (2001)
O diretor americano Richard Linklater (de “Antes do Amanhcer”) acertou ao optar por uma técnica pouco conhecida – a rotoscopia, que converte a performance de atores em animação – para dar vida a uma ideia também incomum. Neste drama filosófico, discutem-se temas como o subconsciente, os sonhos e a loucura. O diretor voltaria ao formato em outro instigante desenho para adultos: “O Homem Duplo”, de 2006.
![As Bicicletas de Belleville](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/12/bicicletas1.jpeg?quality=70&strip=info&w=650)
“As Bicicletas de Belleville” (2003)
A animação vinda da França caiu nas graças da crítica. Durante o Tour de France – tradicional prova ciclística do país – o jovem Champion é sequestrado. Sua avó e o cachorro Bruno partem, então, em sua busca, indo parar na cidade que dá nome ao filme. Concorreu a dois prêmios Oscar.
![Paprika](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/12/paprika11.jpeg?quality=70&strip=info&w=650)
“Paprika” (2006)
Para quem se perde nos labirintos visuais de David Lynch, cuidado: esta ficção científica japonesa pode oferecer desafios tão complexos quanto. A partir do livro de Yasutaka Tsutsui, o diretor Satoshi Kon imagina um mundo futurista onde psicólogos podem se infiltrar nos sonhos dos pacientes e explorar seus pensamentos. A premissa, aparentemente simples, aos poucos apaga os limites entre alucinação e realidade.
![](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/12/wood.jpeg?quality=70&strip=info&w=650)
“Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock’n’Roll” (2006)
Criações do cartunista Angeli como Wood, Stock, Lady Jane e Rê Bordosa se encontram numa festa hippie neste longa brasileiro. Trinta anos depois, barrigudos e carecas, Wood e Stock ainda tentam se ajustar aos novos tempos. Eles decidem que, para fugir da rotina, devem ressuscitar sua antiga banda de rock. Entre as personalidades que emprestaram suas vozes à animação estão Tom Zé, Lobão e Rita Lee.
![Persepolis](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/12/persepolis2.jpeg?quality=70&strip=info&w=650)
“Persépolis” (2007)
Inspirado em uma graphic novel autobiográfica e homônima, “Persépolis” é uma visão da adolescente Marjane Satrapi sobre a Revolução Iraniana, no fim dos anos 1970. Com vozes de Catherine Deneuve e Chiara Mastroianni, foi indicado a cinco prêmios César, venceu o prêmio do Júri em Cannes e foi indicado ao Oscar de Melhor Animação – perdeu para “Ratatouille”.
![Cena de Valsa com Bashir](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/12/waltzwithbashir-6.jpeg?quality=70&strip=info&w=650)
“Valsa com Bashir” (2008)
Muito bem recebida pela crítica no Festival de Cannes, surpreendeu ao apresentar um registro duro e pessoal sobre os horrores da Guerra do Líbano. A trama poderia ter sido filmada como um documentário. Mas a animação garante ao diretor, o israelense Ari Folman, a liberdade de mesclar cenas líricas aos depoimentos de soldados que lutaram com ele no conflito. Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.