Alunos da rede estadual ocupam escola em Pinheiros
Estudantes são contrários à reorganização escolar anunciada pelo Governo do Estado
Um grupo de cerca de 100 alunos ocupou no início da tarde desta terça (10) a Escola Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, na Zona Oeste. Os estudantes protestam contra a nova política implementada pela Secretaria de Estado da Educação que prevê unidades com os mesmos ciclos (ensino fundamental 1 e 2 e ensino médio), o que vai fazer com que mais de 300 000 pessoas tenham que trocar de escola no ano que vem.
+ Melhora o estado da mãe do menino que morreu picado por escorpião
Aluna do sétimo ano do ensino fundamental, Maria Eduarda, de 13 anos, passou mais de seis horas trancada no colégio. Recebeu o apoio da mãe, Michela (ela não quis revelar o sobrenome), que saiu do trabalho mais cedo para tirar a filha de lá. “Eles (alunos) estão fazendo o que muita gente mais velha não tem coragem. Eu apoio o movimento, mas como a Eduarda só tem 13 anos, resolvi buscá-la”. Pouco antes de sair, a menina ensaiava um discurso mais agressivo: “A gente não tem nada a temer”.
O coronel da PM Roberto Teixeira, que comandou as negociações desde o início, critica a postura dos jovens que ocuparam a escola Fernão Dias. “Espero que eles compreendam o papel de cidadão deles e efetivamente deixem o local para sua finalidade”, disse o oficial, que evitou falar em possível retomada da posse do colégio.
Por volta das 17h30, houve um princípio de tumulto quando os alunos que estavam no lado de dentro gritaram que a água do local havia sido cortada. Veja vídeo abaixo:
Mais cedo, duas alunas que deixaram o espaço foram levadas para um ônibus da polícia estacionado no local, o que também gerou confusão. Elas foram liberadas logo depois. Assista:
+ Justiça suspende multa a consórcio que atrasou Linha 4 do metrô
Até o começo da noite, ainda havia ocupantes no local em Pinheiros.
Mais manifestações
Ainda nesta terça-feira (10), um protesto contra o mesmo tema ocorreu na porta do Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, na Zona Sul. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e movimentos populares, sob cantos contra o governador Geraldo Alckmin, fecharam parcialmente a Avenida Morumbi. Além disso, um grande boneco inflável do secretário de Estado da Educação, Herman Voorwald, foi levantado em uma das entradas. Enquanto a Apeoesp falava em 5 000 manifestantes, a Polícia Militar contabilizou 500 pessoas. O protesto terminou de forma pacífica.