“Absinto” mostra atração entre pessoas de classes sociais diferentes
Inusitado jogo de sedução entre um misterioso homem e uma atriz na forma de comédia romântica
Conhecida das montagens do diretor Gabriel Villela, como “Ópera do Malandro” (2000), “Leonce e Lena” (2006) e “Vestido de Noiva” (2009), a atriz paulistana Luciana Carnieli estreou como dramaturga em 2007 com o monólogo “Meu Abajur de Injeção”. Ousou e surpreendeu no espetáculo sobre a trajetória da estrela Cacilda Becker (1921-1969), no qual mais se preocupou em apresentar do que em enaltecer o mito. Agora, Luciana lança o segundo texto, a comédia romântica Absinto, cartaz do Espaço Parlapatões às quintas e sextas.
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Em busca de um diálogo maior com o espectador, ela investe em um gênero pouco explorado nos palcos e, ao lado do ator Bruno Perillo, fantasia para falar sobre a atração de duas pessoas de classes sociais diferentes. A própria autora interpreta uma atriz que acaba de se mudar para um prédio. Em meio aos testes para o grande papel de sua carreira, ela descobre afinidades com o zelador (personagem de Perillo). Bonito e educado, o rapaz também gosta de literatura, boa música e tem como bebida favorita o absinto, apreciado pelos poetas. O fato de ele ser casado só aumenta a tensão e, num jogo de delírio e verdade, a sedução torna-se irreversível.
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Muito bem exploradas pela direção de Cassio Scapin, as transições entre o real e a ficção valorizam o texto, e os atores instigam a plateia. Seria mais um devaneio daquela mulher, idealizando o homem dos sonhos, ou um encontro casual de duas pessoas carentes? Nada fica claro. Nessa opção de mexer com a imaginação, a peça ganha charme extra e merece a atenção do público.
AVALIAÇÃO ✪✪✪