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3 perguntas para… Ney Matogrosso

Cantor fala da experiência de fazer a sequência do cult "O Bandido da Luz Vermelha"

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 17h12 - Publicado em 5 Maio 2012, 00h50

Com inacreditáveis 70 anos, em plena forma e na preparação de seu novo CD, Ney Matogrosso dedica-se também ao cinema. Depois de estrelar, em 1987, “Sonho de Valsa”, o cantor volta às telas no drama policial “Luz nas Trevas — A Volta do Bandido da Luz Vermelha”. Ele interpreta um criminoso em seu segundo longa-metragem, que tem estreia prevista para sexta (11).

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VEJA SÃO PAULO — O que o levou a aceitar este papel?

Ney Matogrosso — Trata-se de uma sequência do cult “O Bandido da Luz Vermelha”, de 1968, e de um personagem emblemático. Na década de 70, larguei o teatro para virar cantor do Secos & Molhados. Mas nos meus shows sempre subi ao palco como um ator. Até mesmo vestido de um jeito careta, como no espetáculo dedicado ao Cartola. Recebi outras propostas para fazer cinema depois de “Sonho de Valsa”, mas nenhuma tinha me interessado até então. Gosto de papéis que sejam diferentes de mim.

VEJA SÃO PAULO — Qual a diferença entre a sua cena de nudez no filme e as fotos sem roupa que fez em 1980 para o livro “Homens”, da Vânia Toledo?

Ney Matogrosso — A cena estava no roteiro e aceitei fazê-la. Mas, é claro, não tem a transgressão de trinta anos atrás. Naquela época, publicações com homens sem roupa eram proibidas. Outra nudez minha censurada foi a foto para o disco “Feitiço”, de 1978. O LP só seria liberado se a capa fosse lacrada. Depois disso, as vendas aumentaram.

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VEJA SÃO PAULO — Qual a receita de ter 70 anos, estar em forma e em plena atividade?

Ney Matogrosso — Sempre comi pouco, e faço musculação, bicicleta e alongamento para ficar durinho. Peso entre 61 e 62 quilos e nunca passei disso. É fato que estou envelhecendo, noto diferenças na pele e não tenho a mesma quantidade de cabelos de antes. Tento encarar com naturalidade, porque tudo está na cabeça. Minha sobrevivência tem ligação com um trabalho muito prazeroso. Também fico atento às gerações atuais. O momento agora é do rapper Criolo, assim como o ano passado foi de Maria Gadú. Estar aberto para o mundo de agora me mantém jovem. Talvez as pessoas estranhem o tipo de música que vou cantar no meu próximo disco, com composições de gente nova, como as bandas Tono e Zabomba e o rapper Vitor Pirralho.

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