O que andam falando na 29ª Bienal de São Paulo
Veja os comentários de quem visitou a mostra que vai até dezembro
— Mas ele só juntou um punhado de lixo e fotografou?
— Ué, vamos virar artistas também!
Duas senhoras aparentando 70 anos, em meio a muitas risadas, sobre fotos do sul-africano Moshekwa Langa
— Pô, vim do Rio até aqui para pisar na areia.
Homem de mais ou menos 40 anos, acompanhado da filha e da mulher, ao entrar na instalação ‘Inferninho’, do artista Luiz Zerbini, um cubo com piso de areia no qual são projetadas luzes que simulam uma balada
— Puxa, isso é facinho de fazer.
Mulher de uns 30 anos para o marido, ao sair da instalação ‘Campos de Cor’, da artista Amélia Toledo, formada por um labirinto de juta pintada e pendurada no teto
— Pelo menos alguém entendeu alguma coisa.
Senhor por volta de 70 anos, sobre Jéssica, sua neta aparentando 2, que dançava no ritmo acelerado de um vídeo do belga Francis Alÿs
— Não pisem dentro da faixa branca!
Monitora por volta dos 20 anos, tentando desesperadamente controlar o grupo de uma escola
— Ei, Mari, fotografa aqui!
Menina com cerca de 14 anos, em uma excursão de escola, para uma colega, atentando para uma estrela da Bienal: a câmera digital
— Algo me diz que estamos andando em círculos.
— Pelo menos na Bienal do Vazio era fácil se localizar.
Conversa de um casal de aproximadamente 25 anos, sobre a montagem labiríntica da mostra
— Mãe, dá para colocar no desenho?
Menino com seus 7 anos, sentado em frente à televisão que exibe um vídeo do cineasta francês Jean-Luc Godard
— Dá para acreditar que eles estragaram um piano tão bonito?
Segurança da Bienal comentando com uma colega o instrumento coberto de parafina por Tatiana Blass
— O importante é não perder a utopia!
Jovem por volta dos 25 anos para um grupo de dez pessoas de mesma idade sentadas em círculo e batendo um papo-cabeça na sala com obra de Daniel Senise
— Espera a professora ir para lá e a gente entra.
Adolescente de cerca de 15 anos para um amigo, na porta da sala que exibia um vídeo de Miguel Rio Branco não recomendado para menores de 18 anos
— Cadê a Dilma e o Serra?
Homem de aproximadamente 65 anos, em frente aos desenhos de Gil Vicente assassinando políticos e personalidades públicas
— Mas alguém dá comida para eles? Coitadinhos!
Mulher com uns 50 anos, sobre os três homens que movimentam uma moenda em Abajur, de Cildo Meireles
— Parece que tem alguma coisa faltando. Ficou muito triste.
— Odeio ecochatos.
Diálogo entre dois amigos de uns 30 anos sobre a retirada dos urubus de instalação de Nuno Ramos
— Gilberto, deixa de ser bobo e vem dançar.
Senhora aparentando 75 anos para o marido, na instalação ‘Um Lugar para Viver Quando Formos Velhos’, da argentina Ana Gallardo, uma sala com música alta e espaço para dança