Ativista Sabrina de Campos Bittencourt oferece ajuda a exilados políticos
Ela recebe diariamente em suas redes sociais dezenas de mensagens de professores, intelectuais e artistas, todos ameaçados de morte
A ativista paulistana Sabrina de Campos Bittencourt, 37, cometeu suicídio na noite deste sábado (2). A informação foi confirmada por um dos filhos dela, pelas redes sociais, e também pela ONG da qual fazia parte.
Uma semana antes de morrer, Sabrina falou ao Terraço Paulistano de seus projetos para o futuro. Na entrevista, a ativista relatou ter sido estuprada por membros da igreja dos mórmons dos 4 anos até sua adolescência. Mais do que no divã, superou o trauma ajudando outras vítimas de violência. No ano passado, ficou conhecida por apoiar mulheres que denunciaram os religiosos João de Deus e Prem Baba. Além de seguir na batalha contra “líderes tóxicos”, como ela os chama, Sabrina se engajou em uma nova causa: a criação de uma rede internacional de apoio a exilados políticos. “Mesmo antes da renúncia do deputado Jean Wyllys, prevíamos que muita gente precisaria sair do país por causa da tensão política”, afirma. Ela recebe diariamente em suas redes sociais dezenas de mensagens de professores, intelectuais e artistas, todos ameaçados de morte. “Estou fechando parcerias com cidades europeias para abrigar essas pessoas”, explica. O programa deverá ser anunciado ainda neste mês.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 06 de fevereiro de 2019, edição nº 2620.