#SPSonha: novo prédio do Insper traz ambiente para lá de convidativo
O anexo de seis andares conta com espaços coloridos, áreas com almofadas e um tobogã para encurtar distâncias

Ao visitar o novo anexo do Insper, nota-se o uso esperto do design para armar um espaço no qual os alunos de administração, economia, engenharia e direito queiram permanecer o maior tempo possível. Das cores quentes nas paredes às cápsulas estofadas, onde alunos se esparramam para ler, há um clima caseiro, que permite até estudar descalço. Um tobogã que encurta a distância entre três andares virou playground dos jovens adultos.

Por fora, porém, nessa terra em que a decoração sempre recebe mais atenção que a arquitetura, o prédio não se destaca dos genéricos corporativos da Vila Olímpia. Mas seus interiores criativos remetem a um tempo em que se pesquisava a importância da arquitetura para o ambiente escolar. Mesmo sem um orçamento generoso como o do Insper, o governador Carvalho Pinto (1959 a 1963) contratou um time dos sonhos para projetar escolas pelo interior do estado. Antes disso, era comum que galpões muito quentes virassem colégios.

Vilanova Artigas, Alberto Botti, Fabio Penteado, Abelardo Gomes de Abreu, Jorge Zalszupin, Luciano Korngold e Abelardo de Souza, entre outros, projetaram 7 000 salas de aula em estabelecimentos de ensino primário, secundário e técnico. David Libeskind, autor do Conjunto Nacional, desenhou uma linda escola em Santa Cruz do Rio Pardo, onde as salas têm abertura total para o jardim. Em prolongamento do telhado, lâminas de concreto garantem sombra e luz natural constantes. Com tanta escola pobremente construída, seria um sonho poder reinventar tais espaços com o talento das boas pranchetas.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 27 de março de 2019, edição nº 2627.