Discreto e sem muros, Edifício Maria Albertina se destaca nos Jardins
O prédio foi projetado por Fabio Penteado, que tinha apenas 24 anos e estava no último ano de arquitetura na Universidade Mackenzie

É um dos prédios mais antigos dos Jardins, mas esbanja juventude. Da ótima conservação à baixa descaracterização do original, o Edifício Maria Albertina tem o discreto charme de quem não precisa chamar atenção. Nem tem muro, fazendo um bem danado à calçada da Alameda Franca. Ele se destaca na vizinhança do Jardim Paulista, entre tantos residenciais de ostentação estridente, daqueles que apelam a muros impenetráveis, portões e mansardas dignos de Maria Antonieta. Em 1953, o fazendeiro Carlos Whately convocou jovens arquitetos para que apresentassem propostas para um prédio naquele terreno. O edifício seria batizado com o nome da avó de sua mulher. A ideia vencedora foi a de Fabio Penteado, que tinha apenas 24 anos e estava no último ano de arquitetura na Universidade Mackenzie. Também autor do projeto do Clube Harmonia, Penteado foi um raro arquiteto empenhado em divulgar sua profissão para o grande público. Entre os anos 1950 e 1960, editou a revista Visão e apresentou o programa Arquitetos na TV, na Excelsior. Felizmente, sua filha Adriana está digitalizando o acervo do pai, morto em 2011, junto com o curador Francesco Perrotta-Bosch. Memória preservada.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 1º de maio de 2019, edição nº 2632.