Um italiano com um senhor currículo em Santa Cecília

A delicada relação com a calçada, sem grades ou muros intimidantes, e o amarelo vibrante chamam atenção no edifício Lily, na rua Barão de Tatuí, Santa Cecilia. Lily Maggi era a noiva do arquiteto milanês Giancarlo Palanti, que projetou o prédio para a família dela em 1949. A relação acabou logo, e Palanti se casou, anos depois, com Dirce, filha do pintor e sambista Heitor dos Prazeres.

O italiano ainda desenharia lojas para a Olivetti em todo o país, residenciais em São Vicente e no Guarujá, além de alguns prédios para o construtor Alfredo Mathias, como o Chipre-Gibraltar, na Paulista com a Consolação.

Palanti imigrou para o Brasil em 1946, empunhando um senhor currículo. Foi professor por onze anos do Politécnico de Milão, onde se formou, desenhou um conjunto habitacional em 1933 e participou do plano diretor de Milão. Ainda desenhava stands de feiras e mobiliário. Em 1948, associou-se ao casal Lina Bo e Pietro Maria Bardi criando um escritório de arte, design e decoração, o Studio Palma, e uma fábrica de móveis, Pau Brasil. Ambos duraram poucos anos.

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