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Poder SP - Por Sérgio Quintella

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Sérgio Quintella é repórter de cidades e trabalha na Vejinha desde 2015

Vereador chama colega de “Brilhante Ustra” e gera revolta

Presidente da Câmara, Eduardo Tuma, fez "brincadeira" com Gilberto Natalini: "É um assunto doloroso"

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 16 ago 2019, 09h26 - Publicado em 16 ago 2019, 09h23
Eduardo Tuma
 (Reprodução Instagram/Veja SP)
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O presidente da Câmara Municipal, Eduardo Tuma (PSDB), primeiro na linha sucessória da cidade – como a capital não tem vice-prefeito, quando Bruno Covas se ausenta é ele quem assume -, fez uma brincadeira que não pegou nada bem com seu colega de Legislativo Gilberto Natalini (PV). Durante a sessão desta quinta-feira (15), Tuma se referiu ao parlamentar como “Gilberto Brilhante Ustra Natalini”. Ele se refere ao ex-coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, chamado de “herói nacional” pelo presidente Jair Bolsonaro. A fala pode ser ouvida a partir do minuto doze do vídeo divulgado pela TV Câmara no YouTube.

No momento das palavras, uma música abafava o som da transmissão da TV, mas é possível ouvir Natalini se queixar ao chefe da Casa. “Brinca com coisa séria”, afirmou o vereador do Partido Verde. Posteriormente, ele reclamou a VEJA SÃO PAULO. “Registre minha indignação com o despropósito e o desrespeito da brincadeira sem noção. Ele fez uma brincadeira, mas não foi de bom gosto. É um assunto doloroso para mim”.

A revolta do vereador tem motivo: no último domingo (11), o jornal Folha de S. Paulo fez uma reportagem com o título “Ustra era um monstro que me torturava com choque e ria”, no qual Natalini relata os momentos em que ficou detido (entre 45 e 60 dias) no extinto DOI-Codi (órgão de repressão do regime militar), em São Paulo, como preso político.  O ano era o de 1972 e ele tinha dezenove anos. “O Ustra comandava as sessões de terror. Eu fui torturado pela mão dele, e da equipe dele, várias vezes. Colocavam duas latas de Neston [de alumínio], me faziam subir nelas, molhavam meu corpo com água e sal, ligavam fios em toda parte e disparavam os choques. Era a noite toda: choque elétrico e paulada nas costas, com uma vara de cipó, que o Ustra usava para me chicotear”.

Procurado, o presidente da Câmara disse que “sempre respeitei e respeito o vereador Gilberto Natalini”. Eduardo é sobrinho do ex-senador Romeu Tuma, falecido em 2010 e que foi delegado de polícia em São Paulo durante a ditadura militar.

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