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Sérgio Quintella é repórter de cidades e trabalha na Vejinha desde 2015
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Cansado de reclamar, designer encontra paz bem longe da Vila Madalena

Britânico Tom Green, que morou por dezoito anos no bairro, chegou a ter a casa apedrejada durante o carnaval de 2015

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 3 mar 2019, 10h47 - Publicado em 2 mar 2019, 10h28

Uma das principais vozes contra a bagunça formada na Vila Madalena após o “boom” da Copa de 2014 e o devastador carnaval de 2015, o designer e empresário britânico Tom Green arrumou uma forma definitiva de por fim a noites e noites de tormentos na porta de casa. Após uma passagem rápida pelo interior de São Paulo, ele e a esposa venderam o sobrado de três andares na Rua Inácio Pereira da Rocha, uma das mais movimentadas e boêmias da região, e se mudaram há um ano para uma pequena cidade na França, chamada Tarn et Garonne, a quase 9 000 quilômetros de onde viveram e mal podiam dormir. “Agora dormimos com os anjos e respiramos o ar limpo de uma pequena vilarejo de 300 pessoas no coração da França rural. Ironicamente estou ajudando a comunidade a promover as suas festas de rua para animar a vida. Faço trabalho manual no mato e adoro o barulho do meu rádio portátil, principalmente as emissões da cultura francesa”, afirma.

Tom Green recolhe objetos jogados contra sua casa, em 2015 (Arquivo Pessoal)

Os dezoito anos em que Green viveu na Vila Madalena podem ser divididos em duas etapas: antes e depois de 2014. A partir da Copa do Mundo realizada no Brasil, sua casa virou alvo de pedradas e seu sossego nunca mais foi o mesmo. No ano seguinte, durante o carnaval que devastou a região, Green recebeu ameaças, jogou um balde de água em um folião que fazia xixi na sua porta e gravou o momento que seu imóvel foi depredado. “Eu havia acabado de pintar a casa, estragaram as janelas com garrafas, paus e pedras e também picharam as paredes”, disse, à época, a VEJA SÃO PAULO. Para ele, os moradores se veem acuados e vulneráveis. “Desde a Copa do Mundo que as experiências aqui estão sendo ruins com essas multidões incontroláveis. Além dos casos de depredação, há poluição sonora, sujeira, comércio e casas urinadas”.

Não foi por falta de engajamento que Green desistiu da Vila Madalena e do Brasil. Ele foi coordenador do grupo SOSsego Vila Madalena, diretor do Conselho de Segurança de Pinheiros (Conseg) e integrante do Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Cades). “Como representante eleito no Cades Pinheiros, eu estava encarregado de levar adiante nossas reivindicações ao Ministério Público sobre o Plano Direitor e a Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS). Mas fui hostilizado nas reuniões da prefeitura, pelos blocos, pelas autoridades públicas, políticos locais e os foliões. A nossa casa e comércio, como muitos outros foram depredados, durante intermináveis madrugadas infernais. Para piorar, abriu uma casa noturna irregular ao lado da nossa casa, que nos deixava sem dormir quatro dias por semana”.

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Sem planos de retornar ao Brasil, Tom Green vai retomar as atividades econômicas que realizava na capital paulista (fabricava e vendia luminárias). “Estou planejando trazer os nossos produtos fabricados no Brasil para vender na França, uma verdadeira república, fraterna, igualitária com muita qualidade de vida”.

Vida nova e pacata na França (Arquivo pessoal/Veja SP)
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