Após tragédia na França, prefeitura de São Paulo inspeciona Catedral da Sé
Gestão municipal analisou documentação e equipamentos de segurança
A Secretaria Municipal de Licenciamento realizou nesta terça-feira (16) uma vistoria não-programada na Catedral da Sé, um dos principais monumentos religiosos da cidade. A medida ocorreu um dia depois do incêndio que destruiu a igreja de Notre Dame, na França. Os técnicos da prefeitura paulistana verificaram que o alvará de funcionamento e o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) estão em dia e em fase de renovação.
Sobre os equipamentos contra incêndio, como extintores e hidrantes, os funcionários da gestão Bruno Covas encontraram boas condições e todos com o prazo de validade vigente. Algumas recomendações, sobre a manutenção em tempo integral de uma brigada de incêndio, por exemplo, foram feitas, mas nada que garantisse a segurança do espaço. Procurada, a Arquidiocese de São Paulo não quis se pronunciar. VEJA SÃO PAULO esteve no local no mesmo dia e verificou as condições do sistema de segurança contra fogo.
A situação verificada pela administração municipal na Catedral da Sé é bem diferente da ocorrida há vinte anos, quando o espaço foi interditado por problemas de segurança. Na época, a cúpula da igreja estava trincada e havia vestígios de queda de tijolos e pedras do forro. As paredes e o teto estavam com com problemas de infiltração de água e na parte externa, na saída da lateral esquerda, pedaços de concreto despencaram na calçada. O espaço foi liberado três meses depois.
Há quase quatro anos, um tiroteio em frente à catedral deixou duas pessoas mortas. Na época, policiais militares mataram um homem que mantinha uma mulher refém. Um morador de rua que tentou ajudar a vítima foi morto pelo sequestrador. As marcas de tiro, que ficaram pelo menos dois anos à vista em uma das portas, foram recentemente retiradas. No lugar foi colado um pedaço de ferro e pintado com verniz da mesma cor da madeira.
Inaugurada em 1954, a catedral, cujo prédio possui estilo gótico e tem 90 metros de altura, começou a ser construída em 1913. Do projeto original, do arquiteto alemão Maximiliano Hehl, ficaram faltando quatorze torres laterais.