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Armazém Companhia de Teatro e um Hamlet rendido à loucura

Dirigida por Paulo de Moraes, a nova versão da tragédia de Shakespeare dialoga com os nossos tempos de fúria e insanidade coletiva.

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 4 out 2018, 17h29 - Publicado em 4 out 2018, 17h27

O maior interesse do público na hora de ver a montagem de um clássico é descobrir que tipo de leitura o diretor e o elenco fizeram em torno de uma história conhecida. Peça certa entre as obras-primas da dramaturgia universal, a tragédia Hamlet, escrita por William Shakespeare há mais de quatro séculos, serviu de inspiração para diferentes versões, conservadoras ou transgressoras. Encontra, agora, uma pertinente encenação da Armazém Companhia de Teatro, dirigida por Paulo de Moraes, capaz de dialogar com os nossos tempos de fúria e insanidade coletiva.

O rei da Dinamarca morreu, e seu filho, o príncipe Hamlet (interpretado pela atriz Patricia Selonk), não é o sucessor ao trono. O poder ficou nas mãos de Claudius (papel de Ricardo Martins), irmão do monarca, com quem Gertrudes, a rainha viúva (a atriz Isabel Pacheco), se casou antes mesmo de o defunto esfriar. Assim, o protagonista se finge de louco para vingar a morte do pai, abdicando, inclusive, do amor de Ofélia (representada por Lisa Eiras).

Como um reflexo dos dias atuais, em que acontecimentos políticos e sociais parecem não fazer sentido, o Hamlet criado por Patricia — não à toa personificado por uma mulher — está longe de qualquer vínculo com a realidade e se mostra desequilibrado diante das rasteiras da vida. A atriz, original e até tragicômica, explora uma ironia refinada ao retratar a insanidade do príncipe e encontra comportamentos inesperados naqueles personagens que o cercam, como uma vulgar Rainha Gertrudes e um Claudius (que traja farda militar) despreocupado com as consequências de suas arbitrariedades.

+ Marília Gabriela se encontra em “Casa de Bonecas – Parte 2”. 

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O visual de aspirações modernas, entre o punk rock e o indie, por vezes soa um tanto ultrapassado, parecendo recauchutado, saído da década de 90. A essência de Shakespeare, porém, está na dramaturgia construída por Maurício Arruda Mendonça e, mesmo que possa haver estranhamentos, quem desconhece a trama não deixará a sala sem entender a história. Com Marcos Martins, Jopa Moraes e Luiz Felipe Leprevost (140min). 14 anos. Estreou em 28/9/2018.

+ Centro Cultural São Paulo — Sala Jardel Filho. Rua Vergueiro, 1000, Paraíso. Terça a quinta e domingo, 20h; sexta e sábado, 21h. R$ 40,00. Até domingo (14).

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