Depois de duas passagens pelo país – no Rock in Rio em 2017 e Goiânia em 2018 -, o cantor Shawn Mendes finalmente estreou em solo paulistano. A noite de sexta (29) foi, portanto, de de grande celebração. A apresentação faz parte da Shawn Mendes Tour, baseada em seu terceiro álbum, Shawn Mendes. Para quem está acostumado às apresentações de artistas do mundo pop, causou um certo estranhamento o mapa da pista: ela foi enchida de cadeiras marcadas e divididas em setores. Além do palco principal, foi montado no Allianz Park um segundo, menor, que quase alcançava o centro do campo do estádio e exibia a imagem de uma grande rosa instalada.

O cenário com cadeiras marcadas até poderiam dar indícios de um show mais burocrático e contemplativo, mas o que rolou na noite de sexta foi exatamente o oposto. Ainda que o público respeitasse seus lugares, as poltronas não foram usadas — entre pulos e coros, a turma se fez ouvir no estádio. E Mendes contribuiu à altura: se aproximou do gradil, conversou com a plateia e se arriscou no português sem medo de ser feliz, indo muito além dos protocolares “muito obrigado” e “eu tchi amo”, esta última repetida algumas vezes.

A apresentação, marcada para 21 horas, começou já no volume mais alto com Lost in Japan. Manteve a temperatura alta com Stiches e quase levou os fãs – em sua maioria, garotas, – ao delírio com parte de Señorita, faixa que divide com a sua namorada Camila Cabello. Nesse primeiro bloco, ainda teve Bad Raputation e Never Be Alone. Pulseiras distribuídas para a plateia mudavam de cor de acordo com as batidas das músicas, o que dava o visual mais pop ao espetáculo.

Shawn se fez presente, tocou violão, piano, correu de um lado para o outro e até enfrentou o corredor entre as fãs para chegar ao palco menor, para a segunda parte do show. Ali no meio, fez cover de Whitney Houston, com I Wanna Dance with Somebody (Who Loves Me), a um pout-pourri de Because I Had You, A Littel Too Much, Patience e When You Ready, e outras como Like to Be You, sempre garantindo que todos os lados da plateia fossem atendidos.

A volta para a área principal teve uma pegada mais dançante, com Treat You Better, que lembrou Ed Sheeran, e a animada (e um dos pontos altos do espetáculo) Particular Taste, que passou em referências de Prince e Bruno Mars. O romantismo veio com Fallin’ All in You, quando ele incentivou aqueles que estavam em um primeiro encontro por ali, a darem o primeiro passo. Ele também mantou outro recado em Youth. Em seu violão, escrito em fitas adesivas verde, a frase “climate action now”, chamava a atenção para a conscientização das mudanças climáticas no mundo e as consequências que podem trazer.

Com mudanças e saídas rápidas do palco, o bis quase não foi notado, deixando até um pouquinho de frustração pela forma mais abrupta do encerramento. Um cover de Fix You, do Coldplay, e In My Blood, finalizaram o espetáculo, com chuva de papel, fumaça no palco e Mendes chamando para a apresentação deste sábado (30). Ele retorna ao estádio, a partir das 20h30. Os poucos ingressos que restam, para cadeira nível 1 (R$ 380,00) e setor amarelo (R$ 480,00), podem ser comprados pelo site da Livepass (clique aqui).

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