Em segundo show em SP, Roger Waters não deixou barato as vaias do público
O inglês mudou o texto de uma polêmica projeção do dia anterior, que havia gerado reações acaloradas da plateia, mas seguiu com as críticas políticas

O cantor inglês Roger Waters fez nesta quarta (10) sua segunda noite de shows no estádio Allianz Parque. No dia anterior, o fundador do Pink Floyd virou assunto ao projetar no telão de 66 metros de largura no palco a frase “resista ao neofascismo”, após a música Another Brick in the Wall.
Em seguida, apareceu uma lista de países onde o movimento “está em ascensão”: nos Estados Unidos, com Trump, na França, com Le Pen, na Rússia, com Putin, e no Brasil, com Bolsonaro.

O gesto criou vaias e aplausos. As vaias se intensificaram na segunda parte do espetáculo, quando uma apresentação de luzes mostrou as palavras #elenão, slogan da campanha contra o candidato do PSL à Presidência. Defensor dos direitos humanos, o intérprete disse que se trata de um período de eleição e é preciso ter consciência.
Segunda noite
Nesta quarta (10), Waters não deixou de mostrar a tal lista de políticos durante o intervalo. Entretanto, em cima do nome de Bolsonaro, colocou uma tarja preta e o escrito “ponto de vista político censurado”. Houve gritaria na pista, nos camarotes, entre eles o FanZone, e no restante do estádio. Eram apoiadores (gritando, principalmente, “#elenão”) e críticos.


Waters não deixou passar também críticas a Donald Trump, à Ku Klux Klan, entre outros alvos. No show de luzes, entretanto, ele desistiu de colocar o mesmo #elenão da noite anterior. Em discurso, afirmou: “As pessoas precisam lutar contra os ‘porcos’ e não umas com as outras.”