Madam C.J. Walker, da Netflix, é dica da Vejinha para a quarentena
Confira a opinião da editora Alessandra Balles, que escolheu a série sobre a primeira milionária dos Estados Unidos
Como muitos já sabem, estou convidando meus colegas de redação da VEJA SÃO PAULO para sugerir algo para você ver durante a quarentena. E a dica desta semana é da editora Alessandra Balles, que escolheu a minissérie A Vida e a História de Madam C.J. Walker, da Netflix. Segue abaixo a avaliação dela, com três estrelas.
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“Sarah Breedlove (1867-1919) foi a primeira mulher a se tornar milionária nos Estados Unidos por conta própria, sem receber herança. Do ramo de cosméticos para negras, ela inspira A Vida e a História de Madam C.J. Walker, minissérie da Netflix, com quatro episódios com menos de cinquenta minutos cada um. É para ser vista de uma só vez, como se fosse um filme longo e, melhor!, nada cansativo.
A ótima Octavia Spencer vive a filha de escravos que, no início do século XX, sofre com problemas capilares que a deixam quase careca e usa um produto que faz os fios voltarem. Ela gosta tanto que se oferece para ser revendedora, mas é rejeitada pela dona da marca, que prefere mulheres mais claras — a discriminação pelo tom mais escuro da pele, vinda dos próprios negros, aparece em alguns momentos. E a dificuldade de ser empreendedora também. Seu marido, Charles Joseph Walker (Blair Underwood), a convence a colocar uma referência ao seu nome nos produtos (o Madam C.J. Walker do título) que ela decide desenvolver (ou aperfeiçoar). Para fazer o negócio prosperar, precisa de investidores, que estranham uma mulher à frente dos negócios. Nada muito diferente de hoje.
O sucesso de Sarah, no entanto, vem de ser quem ela é, já que as clientes se identificam com sua história, com a violência doméstica sofrida e por não se sentir bonita. Ela também forma uma rede de vendedoras de porta em porta e recua de uma decisão que poderia prejudicá-las (isso que é sororidade!). Madam C.J. não só construiu uma das maiores trajetórias do empreendedorismo do mundo como também deixou um legado para mulheres negras, como bolsas de estudos para meninas. É daquelas histórias que a gente vê e tem vontade de arregaçar as mangas e fazer acontecer”.
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