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Filmes e Séries - Por Barbara Demerov

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Na Mostra SP, Titane e Annette ressaltam a força do cinema de autor

Um musical diferenciado e uma história sobre identidade e libertação são destaques da MUBI no festival

Por Barbara Demerov
2 nov 2021, 18h28
A imagem mostra uma mulher de lado; atrás dela, um carro e luzes neon
Em Titane, Alexia (Agathe Rousselle) é uma jovem que tenta fugir de grandes problemas (Divulgação/Divulgação)
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A 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo está chegando ao fim e, dentre os maiores destaques, estão os filmes distribuídos pela plataforma de streaming MUBI. Annette, com Adam Driver e Marion Cottilard, e Titane, de Julia Ducournau, estreiam em breve no serviço, mas ganharam sessões na telona para alguns cinéfilos conferirem com antecedência.

Além de impactantes, ambos os filmes entram na categoria “autoral” por nadarem contra a maré de escolhas confortáveis ou previsíveis. Ainda que Annette seja um grandioso musical sobre amor, raiva, perdas e danos, a produção dirigida por Leos Carax nunca deixa de ser criativa em sua estrutura.

O estilo de filmagem, a cena de abertura com os atores literalmente entrando em cena, a mudança radical de foco na narrativa e o surrealismo dedicado à personagem-título montam um verdadeiro espetáculo de originalidade. As passagens musicais não tiram a força da história – pelo contrário: Carax se apropria de um gênero amplamente conhecido para criar algo à sua maneira.

Titane apresenta uma história mais sombria, com consequências tão intensas quanto a protagonista. Quando um acidente faz com que Alexia (Agathe Rousselle) carregue uma placa de titânio no crânio, ela cresce com traumas, instintos assassinos e uma paixão nada normal por carros. Ela engravida de um dos carros do showroom onde é modelo e, num momento de fúria, ataca diversas pessoas em uma noite. Obviamente, Alexia precisa fugir.

Como o resumo já aparenta, Titane é um filme extremamente surreal que abraça o bizarro antes de tudo para, só depois, construir o drama da jovem. Mas, ao contrário de Raw, filme anterior de Julia Ducournau, a história não se sustenta tanto quando mergulha no que não faz sentido. Apesar da estética impecável, a produção não possui tanta profundidade narrativa e, em certo ponto, os atos de Alexia não se justificam. O choque permanece, mas a que custo?

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De toda forma, a experiência intensa que Titane se propõe a entregar desde o início ressalta que o estilo próprio de Julia se mantém como prioridade.

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