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O que adultos e crianças podem aprender com Buda

O dramaturgo Marcelo Romagnoli escreveu a história do príncipe e, junto da Banda Mirim, montou uma peça repleta de ensinamentos

Por Marcelo Romagnoli
Atualizado em 1 ago 2019, 10h54 - Publicado em 7 jun 2019, 06h00

UMA VERDADE ANTIGA

Quando me propus a falar de Buda em uma peça para crianças, escolhi focar a história mítica do monarca hindu, não a religião. Durante a pesquisa de quase três anos realizada com os integrantes da companhia Banda Mirim, o que encontramos na filosofia budista foi um jeito de encarar a vida tão transformador que não sei como não aplicamos isso no nosso dia a dia há mais tempo.

LIÇÕES DE UM HERÓI

A aventura de Sidarta Gautama, o príncipe que vivia isolado dentro de um rico palácio e decide deixar tudo para trás para descobrir como acabar com o sofrimento do mundo, é uma clássica jornada do herói. Todas as descobertas internas que ele teve são fantásticas — e só aconteceram porque ele topou abrir-se para os outros. Nós nos preservamos demais, criamos um círculo para nos defender do mundo, quando na verdade o contato é a nossa maior força.

AQUILO DE QUE PRECISO É DE GRAÇA

Apresentamos estudos da peça em diversos abrigos na cidade de São Paulo, de crianças, idosos, moradores de rua… A experiência vivida atravessou o grupo de um jeito muito potente. Mesmo em situações extremas, encontrávamos um pequeno milagre, um motivo de grande esperança que nos lembrava que não há nenhuma separação entre nós e os outros. Sidarta falava da consciência da unidade. Tudo é uma coisa só. A percepção do nosso pequeno universo interno tem efeito no universo externo.

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CUIDE DO QUE A CABEÇA PENSA

Tudo o que somos vem da mente, nasce na mente. O que a gente vê e vive é fruto da nossa criação mental, assim como a maneira que escolhemos para nos colocar no mundo. Entender esse mecanismo e aprender a observar nossos próprios caminhos mentais é o princípio do caminho da iluminação. Cuide do que a sua cabeça pensa, pois assim será o seu futuro.

É PASSAGEIRO

Quando entendemos o sentido da morte, entendemos que estamos em uma passagem. Tudo o que imaginamos se desfaz. Não temos nada a perder no mundo e não precisamos mais brigar. Gastar sua energia em uma eterna defesa é uma das práticas mais destrutivas que há. Melhor não fazer a guerra para não ter de guerrear.

DESAPEGO IMPRESCINDÍVEL

Desde os 15 anos, quando ainda vivia em São José do Rio Pardo, eu lia sobre a vida de Buda. A sua história me marcou naquela época, mas ficou esquecida depois por muito tempo. Quando voltou, trouxe à tona o conceito do “deixar ir”. É preciso libertar-se dos desejos, libertar-se do ego para assumir o controle da mente. Geralmente a gente relaxa e se deixa vencer pela ilusão, pelo mundo. Não é simples mudar, mas é necessário.

FAGULHA DO AUTOCONHECIMENTO

Entrar em contato com esse universo foi muito intenso, mas não quer dizer que saímos beatos da experiência. Foi uma fagulha do que pode vir a ser. Iluminar é um trabalho intenso, exige atenção constante, ainda mais vivendo numa aglomeração urbana como São Paulo. Mas é possível uma nova percepção, depende da minha decisão, da minha vontade. Sidarta abandonou tudo, partiu em um caminho de silêncio e meditação. Depois que encontrou a resposta, dedicou-se a espalhá-la. É o que escolhemos fazer com a nossa plateia.

(Divulgação/Divulgação)

Marcelo Romagnoli é dramaturgo e diretor. Acompanhado da Banda Mirim, está em cartaz no Teatro Procópio Ferreira com Buda. Ao escrever a história do príncipe que abandona o palácio para buscar uma maneira de ajudar o mundo a ser mais feliz, ele achou a confirmação de seu propósito com a arte.

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Publicado em VEJA SÃO PAULO de 12 de junho de 2019, edição nº 2638.

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