“O Terceiro Sinal”: onde os fracos não têm vez
Na pista do Teatro Oficina, Bete Coelho protagoniza espetáculo que celebra a figura do ator

Em 2010, Bete Coelho fez sessões esparsas do solo O Terceiro Sinal, escrito por Otavio Frias Filho. Ficava para o espectador a presença impactante da atriz, mas a montagem, discursiva, empacava na falta de uma costura capaz de ampliar a provocação. Em nova versão, o drama ocupa o mítico Teatro Oficina convertido em uma celebração da figura do ator.
Bete dá vida a um homem comum (inspirado no próprio autor), que, em uma noite, participa da peça Boca de Ouro, dirigida por Zé Celso Martinez Corrêa. O leigo decora as falas às pressas, pede conselhos aos amigos e treme de medo diante da heresia de invadir o território alheio.
A protagonista, como sempre, centraliza as atenções, mas, desta vez, conta com intervenções de Luiza Curvo, Luisa Renaux, Thomas Carvalho e Murillo Carraro. Como um coro, os atores movimentam a encenação e representam situações ligadas aos bastidores.
O diretor Ricardo Bittencourt criou um espetáculo terno, até amoroso, que homenageia ícones, como Zé Celso, Antunes Filho e Gerald Thomas, e exalta os verdadeiros artistas, aqueles que sabem que o palco é para os fortes (70min). 14 anos. Estreou em 23/3/2018.
+ Teatro Oficina. Rua Jaceguai, 520, Bela Vista. Sexta e sábado, 21h; domingo, 19h. R$ 40,00. Até 20 de maio.