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Marília Gabriela se encontra no lar de Nora

A artista minimiza sua marcante presença a favor da personagem e alcança o melhor momento no palco no drama "Casa de Bonecas - Parte 2"

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 27 set 2018, 16h07 - Publicado em 27 set 2018, 15h54
Casa de Bonecas — Parte 2: Marília Gabriela e Luciano Chirolli  (Joao Caldas/Divulgação)
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Escrita em 1879, a peça Casa de Bonecas, do norueguês Henrik Ibsen, revelou-se um libelo feminista muito antes de a filósofa francesa Simone de Beauvoir publicar O Segundo Sexo (1949). A trama gira em torno de Nora, mulher bem casada aos olhos da sociedade, que, incomodada com a rotina, abandona o marido e três filhos em busca de um destino autônomo.

O dramaturgo americano Lucas Hnath, quase 140 anos depois, recriou livremente a volta ao lar de Nora em um texto surpreendente, Casa de Bonecas — Parte 2. Uma década e meia se passou, e a protagonista (representada por Marília Gabriela) virou uma escritora de sucesso que publica livros com temas em torno do universo feminino. Jamais estabeleceu contato com a família em um tempo em que sofreu, amou e viveu de acordo com a consciência.

A necessidade de obter o divórcio a obriga a retornar à antiga residência, e, para sua surpresa, pouca coisa mudou na sua ausência. O rancor de Torvald (interpretado por Luciano Chirolli), o marido, o faz parecer inflexível, enquanto a filha mais nova (papel de Clarissa Kiste) deposita suas esperanças em um casamento. As recriminações também chegam através da empregada (a atriz Eliana Guttman), incapaz de enxergar a própria história antes de criticar a ex-patroa.

+ “Lugar Nenhum”, da Companhia do Latão, parece antigo, mas não é.

A montagem, dirigida por Regina Galdino, ganha os palcos em pleno clamor dos movimentos feministas e aumenta o interesse sobre um debate que não é nada recente. O ator Luciano Chirolli confere nuances precisas ao magoado Torvald. Eliana e Clarissa, em inserções menores, saem-se bem como contraponto à protagonista ao mostrar mulheres que são fruto do ambiente.

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O pilar da encenação, no entanto, é mesmo Marília Gabriela. Em sua sétima experiência no teatro, ela alcança o melhor momento ao defender Nora com propriedade. As falas e os conflitos se fundem à personalidade de Marília. A artista consegue a proeza de minimizar sua marcante presença a favor da personagem e, muito convincente, realiza um relevante trabalho (100min). 14 anos. Estreou em 11/8/2018.

+ Tucarena. Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes. Sexta, 21h; sábado, 20h; domingo, 18h. R$ 80,00. IR. Até 2 de dezembro.

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