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“Floresta”: Alexandre Dal Farra em nova trilha absurda sobre o presente

O espetáculo do dramaturgo e diretor, em cartaz no Sesc Ipiranga, flagra elementos da realidade em tintas nonsense

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 27 jan 2020, 10h28 - Publicado em 23 jan 2020, 12h57

Com o espetáculo Refúgio (2018), o dramaturgo e diretor paulistano Alexandre Dal Farra fugiu da objetividade característica de sua obra para flagrar uma realidade em tintas nonsense. Seu mais recente trabalho, o drama Floresta, é uma nova aposta nessa trilha de apresentar assuntos cotidianos em uma embalagem que beira o absurdo.

Assim como na peça anterior, os personagens centrais são identificados como um casal (interpretado por Clayton Mariano e Gilda Nomacce). Eles vivem junto da filha depressiva (papel de Sofia Botelho) em uma localidade afastada, no meio da mata, por motivos que não ficam claros. O cotidiano apático do trio é quebrado pela chegada de duas pessoas (os atores André Capuano e Nilceia Vicente), que, em busca de vingança, provocam uma desestruturação na frágil relação familiar.

Dal Farra imprime um clima de tensão crescente. Congelados diante dos indesejados visitantes, os três personagens se permitem insultos e sacrifícios impostos. É como se soubessem que, um dia, pagariam uma penitência por buscar sossego em um lugar que originalmente não lhes pertencia.

Gilda Nomacce, alternando indiferença e exibicionismo, é quem melhor transita pelas estranhezas propostas por Dal Farra, principalmente quando se dá o contraponto do personagem de Nilceia e, especialmente, o de Capuano, ambos marcados por um tom que beira o selvagem. De perfil mais realista, o pai apresentado por Mariano se mostra como uma resistência aos valores do invasor em um território alheio, enquanto a filha defendida por Sofia espelha a impossível adaptação em um ambiente que lhe foi imposto.

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Em meio às referências ao aniquilamento de índios, exploração de mão de obra rural e crimes ambientais, Dal Farra ainda projeta vídeos com entrevistados ligados à causa indígena. Nada muito fundamental na dramaturgia, mas que colabora para o público encontrar sua própria leitura (90min). 18 anos. Estreou em 16/1/2020.

+ Teatro do Sesc Ipiranga. Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga. Terça e quarta, 19h30; quinta a sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 40,00. Até 9 de fevereiro.

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