“Barrela”, por Mário Bortolotto: uma cela de feios, sujos e desencantados
Na leitura do diretor, a peça que revelou o dramaturgo Plínio Marcos mostra atualidade seis décadas depois

Obra seminal do dramaturgo Plínio Marcos (1935-1999), Barrela não perdeu a atualidade seis décadas depois, ainda mais diante da direção de Mário Bortolotto. O realismo é valorizado a cada movimento por um elenco naturalmente despojado e conectado com o espírito proposto por Plínio, algo raro de ver nas recorrentes montagens de suas peças.
Confinado em uma cela, um grupo de detentos vive em constante tensão e se ameaça mutuamente. A chegada de um rapaz (papel de Daniel Sato), preso por causa de uma briga de rua, expõe o contraste de classes sociais e a falta de perspectivas de cada um e faz aflorar a irracionalidade coletiva.
Em meio ao elenco, constituído por Bortolotto, Walter Figueiredo, Nelson Peres, Rodrigo Cordeiro, Marcos Amaral, Alexandre Tigano e outros, destaque para Marcos Gomes, intérprete de Tirica (60min). 16 anos. Estreou em 30/8/2019.
+ Teatro e Bar Cemitério de Automóveis. Rua Frei Caneca, 384, Bela Vista. Sexta e sábado, 21h; domingo, 20h. R$ 40,00. Até 27 de outubro.