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Após fala de secretário, questionamos biólogo: peixes são inteligentes?

Junto de Bolsonaro, Jorge Seif Júnior afirmou: "Quando [o peixe] vê uma manta de óleo ali, ele foge"; professor da USP comenta a declaração controversa

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 1 nov 2019, 18h54 - Publicado em 1 nov 2019, 17h03

Nesta quinta (31), o secretário de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif Júnior, em uma live junto do presidente, Jair Bolsonaro, afirmou: “O peixe é um bicho inteligente. Quando ele vê uma manta de óleo ali, capitão, ele foge, ele tem medo. Então, obviamente que você pode consumir seu peixinho, sem problema nenhum. Lagosta, camarão, tudo perfeitamente sano.”

Ele falava sobre as manchas de óleo que atingem a costa do Nordeste e a pesca não ter sido proibida na região. Júnior atestou que houve “inúmeros testes” com os pescados da área, está tudo “100% avaliado pelo Ministério da Agricultura” e não ocorreu nenhuma notificação do Ministério da Saúde por contaminação em relação à comida.

A respeito do discurso sobre os bichos fugirem da substância tóxica, Bolsonaro emendou no vídeo ao vivo: “Obviamente, de vez em quando fica uma tartaruga ali na mancha de óleo. Para não falar que ninguém fica, né?”. Após controvérsia sobre sua declaração, o secretário rebateu no Twitter:

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A palavra do especialista

Motivado pela polêmica, o blog procurou para comentar a fala o biólogo Vicente Gomes, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade São Paulo (USP) há trinta anos e que trabalha com biomarcadores de contaminação ambiental. Afinal, peixes são inteligentes e fogem das manchas de óleo? A conclusão:

“Os peixes possuem, sim, mecanismos de resposta a fatores ambientais. Os organismos sentem o meio, então respondem a ameaças. Por exemplo, entendem a temperatura da água e, se algo estiver desconfortável, podem tentar sair daquela área. Ou seja, conseguem provavelmente sentir a presença de um contaminante e buscar evitá-lo.

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Entretanto, trata-se de um cenário mais complexo. Um derramamento de óleo talvez chegue de forma repentina e o organismo acabar sendo afetado por ele. O animal pode viver em uma toca e a substância avançar para dentro do local, por exemplo.

Prova disso são vertebrados que também mostram sensibilidade, como tartarugas, serem encontrados cheios de óleo ou mortos. Esses animais devem ainda subir à superfície para respirar e é aí que mais se contaminam.

Há muitos fatores envolvidos, como concentração da substância, velocidade da propagação do óleo, habitat do peixe… E afirmar que é possível ingerir esses pescados depende mesmo de avaliações e não suposições.

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Sobre o termo ‘inteligência’, cada animal tem seu grau de inteligência. Peixes aprendem. Associam, por exemplo, eventos de sua vida com o perigo. Mas dizer que são inteligentes talvez não seja o termo mais adequado.”

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