Sete livros para ler a salvo em casa na pandemia
Seleção feita por VEJA SÃO PAULO traz títulos de fotografia, poesia e produção cultural nas periferias

Pantanal — Serra do Amolar (Editora Terra Brasil; R$ 200,00) é um testemunho da relação de Araquém Alcântara com esse importante bioma brasileiro. As 82 fotos, como os retratos da garça-moura e da onça-pintada, cobrem desde 2005 até setembro de 2020, quando 28% da área desse conjunto de ecossistemas foi consumida pelo fogo. Alcântara surpreende com imagens com toques impressionistas, quando traz um aglomerado de cipó-de-arraia, e oníricas, quando olha para um cardume de peixes. o escritor Antonio Lino é autor dos trechos sobre a relação de Araquém com o pantanal e o panorama histórico da região, ainda que seu nome só apareça no segundo texto.
Os três títulos já lançados da coleção Cabeças da Periferia (Editora Cobogó; R$ 38,00, cada um) trazem entrevistas com a multiartista Taísa Machado, o comunicador Rene silva e o escritor Jessé Andarilho. Em comum, eles têm a produção de conhecimento que traz referências de outras tradições que não as europeias. o atual secretário municipal de Cultura do Rio, Marcus Faustini, é o organizador da coleção e um dos condutores das entrevistas feitas virtualmente. As obras na capa são de Maxwell Alexandre.
A revista ZUM (R$ 57,50),em sua 19a edição, traz na capa uma obra de Gê Viana da série Deusas. No trabalho, uma senhora chamada Francelina Craó é retratada. Esse é um prólogo pertinente ao que o leitor encontrará adiante: indicações de artistas indígenas por Naine Terena. Há ainda o ensaio formado por trabalhos da artista paulista Rosana Paulino. Sua produção é abordada no texto Violenta Geometria, da também artista e pesquisadora Renata Felinto. O crítico Ronaldo Entler está por lá, fazendo uma revoada pela trajetória de Davi de Jesus Nascimento.
Mesmo com o começo da vacinação, 2021 ainda guarda um gosto de isola- mento social. Diante da dilatação da pandemia que se apresenta, ler a coletânea Histórias da Quarentena (Liberty Books; R$ 46,00), com textos de vinte autores como Amélia Lopes e Sandra Schamas, é talvez uma forma de conduzir o expurgo à libertação.
Diego Gregório lança nesta quinta (28) Coisas que Você Mesmo Poderia Ter Dito (R$ 25,00). Nas páginas, vemos o casamento dos poemas sobre amor do jornalista cearense com as xilogravuras “leo- nilsianas” de Gustavo Diógenes.