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Quem são os gêmeos por trás das telas cheias de suspense do interior de SP

Autodidatas, Letícia e Cirillo pintam em um ateliê improvisado na sala da casa onde vivem com seus pais

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 10 Maio 2019, 22h13 - Publicado em 10 Maio 2019, 17h40

Depois de compartilhar o mesmo útero, os irmãos gêmeos Letícia e Cirillo Tangerina Bruno, 26, trabalham no mesmo ateliê, dividindo pinceis, telas e tintas. O espaço improvisado fica na sala da casa onde vivem com seus pais, na cidade de Porto Ferreira, a três horas da capital paulista. A união é tanta que eles deixam seus primeiros nomes para trás quando assinam suas obras e usam seu sobrenome, o intrigante Tangerina Bruno.

Apesar de ter pouco mais de 5 anos de carreira, a dupla tem sido bem recebida na cena artística. Já expuseram no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Mam-Rio) e participaram de uma mostra coletiva no espaço Auroras, que tem se notabilizado por exposições de nomes importantes, como o americano Melvin Edwards, que ganhou uma exposição no Masp, e os brasileiros Lais Myrrha, Carmela Gross e Antonio Dias.

“Primeiro, a gente foi para o artesanato. Depois com 17, 18 anos, foi para customização de itens e cenografia. Em 2008, tivemos aulas com o Andrey Rossi. Começamos com os materiais que tínhamos à mão, tudo na força de vontade”, relembram. O primeiro passo nesse percurso foram releituras de obras de Edgar Degas (1834-1917), Eugène Delacroix (1798-1963) e Candido Portinari (1903-1962), encomendadas pelo Sesi  Porto Ferreira. “Foi aí que a gente teve o estalo de que queria desenvolver um trabalho em pintura”, explica Cirillo.

Outro desdobramento foi descobrir o rumo que tomariam nessa empreitada. “A gente queria desde sempre falar da gente. Primeiro, usava personagens fictícios e muita colagem de imagens. Depois, começamos a nos colocar mais e houve um aprofundamento. De repente, surgiram outras questões, como o medo”.

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Para quem espera estreita verossimilhança, um aviso: as telas de Tangerina Bruno são recheadas de toques fantásticos, com um quê de suspense e nomes curiosos, vide a mais antiga É como se fosse… (2013) e uma das mais recentes Queimadura de sol de terceiro grau (2017), que você vê abaixo.

 

É como se fosse.. (2013): primeira tela da dupla (Tangerina Bruno/Divulgação)

 

(Tangerina Bruno/Divulgação)

 

Outro ponto que chama atenção na trajetória da dupla é o autodidatismo, eles não cursaram graduação na área e nem pretendem (pelo menos por enquanto). “Vamos produzir e ver no que dá. Se a gente for para faculdade, talvez vamos ter que nos separar e não é isso que a gente quer”, explica Letícia. Cirillo logo completa: “Nossas vozes se sobrepõem. O trabalho é feito a quatro mãos e duas cabeças. Quando a gente pinta, viramos uma terceira pessoa.” A receita tem dado certo. Em 7 de junho, o Museu de Arte de Ribeirão Preto abre seu programa de exposições com dois trabalhos da dupla. 

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