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Um blog sobre os interesses da geração Z escrito por Camila Pusiol, Gabriela Santos e Guilherme Queiroz.
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Livro dá dicas para mulheres de 20 e poucos anos aproveitarem mais essa fase da vida

Verdade seja dita, eu nunca gostei muito de livros de autoajuda. Sempre achei que eles pareciam meio redundantes e pretensiosos, então não dei muitas chances a eles. Entretanto, recentemente acabei nas mãos com o livro 20 e Poucos Anos (Editora Gente, 29,90 reais, 256 páginas), lançado em junho, da psicóloga canadense Linda Papadopoulos (mas que atualmente […]

Por Alessandra Freitas
Atualizado em 26 fev 2017, 14h45 - Publicado em 15 set 2015, 17h08

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Verdade seja dita, eu nunca gostei muito de livros de autoajuda. Sempre achei que eles pareciam meio redundantes e pretensiosos, então não dei muitas chances a eles. Entretanto, recentemente acabei nas mãos com o livro 20 e Poucos Anos (Editora Gente, 29,90 reais, 256 páginas), lançado em junho, da psicóloga canadense Linda Papadopoulos (mas que atualmente vive no Reino Unido). Não podia ignorar a coincidência com o nome do blog, então decidi começar a ler. E, para a minha surpresa, a experiência foi incrível!

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O livro tem o intuito de ser “um guia para as mulheres da nova geração tirarem o máximo da melhor época de suas vidas”. Linda trata de problemas que toda garota em seus 20 e poucos anos enfrenta ultimamente. A necessidade de ser perfeita e dar conta de tudo, bullying, autoimagem, peso, a urgência que muitas sentem de se tornar independentes, feminismo e a hipersexualização da mulher.

Aposto que só pelos tópicos você já conseguiu se identificar, certo? Pois você vai ficar surpresa com o tanto que a autora consegue captar esse universo de preocupações e inseguranças em que vivemos. Quem nunca teve dificuldade de dizer não ao chefe? Ou se culpou por não conseguir entregar aquele trabalho E chegar a tempo na entrevista de emprego E aprender a cozinhar melhor E ver os seus pais E sair com o namorado? Ou se preocupou tanto com o que poderia estar vivendo que não aproveitou as experiências daquele momento presente?

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Com uma linguagem muito simples, clara e divertida, a escritora mostra como somos levadas a acreditar em um mundo irreal, baseado em redes sociais e naquilo que o outro mostra que está fazendo. Com isso, acabamos achando que não somos boas o suficiente, ou estamos fracassando. A sensação de que as coisas passam mais rápido não é por acaso, como mostra a psicóloga. Quem se aventurar a se encontrar um pouco nesse livro vai descobrir que somos pressionadas a fazer coisas que não somos necessariamente obrigadas a fazer – e, sinceramente, perceber isso tira um peso e tanto.

A autora do livro, Linda

A autora do livro, Linda

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Para quem quiser conhecer um pouco das ideias da autora antes de apostar no livro, vale a pena conferir a entrevista de Linda a VEJA SÃO PAULO:

Primeiramente, gostaria de agradecer pela entrevista. Como uma garota de 20 e poucos anos, consegui me enxergar em várias das coisas que você escreveu no livro. Então por que decidiu criar um livro sobre os problemas que as garotas têm nos seus 20 anos?

Eu estou muito feliz que você pode ver algumas das suas preocupações no livro – a razão pela qual eu o escrevi foi porque eu estava cada vez mais vendo mulheres no meu consultório vindo com problemas semelhantes . Eles giram em torno da necessidade de ser perfeita, corresponder às expectativas da família e da sociedade e um senso geral de que elas estava perdendo o que os amigos estavam tendo.

Como você pensa que a nossa geração é diferente da geração das nossas mães, em questão de preocupações e inseguranças? Que tipo de problemas nós vivemos hoje que são diferentes de gerações anteriores?

Embora eu pense que alguns desses problemas sejam atemporais, acredito que o que é diferente hoje é quão visíveis as pessoas se sentem. Nós estamos constantemente sob pressão para nos promovermos on-line – a comparação se tornou uma segunda natureza e como consequência nós estamos tomando decisões baseadas no que nós achamos que deveríamos estar fazendo ou o que sentimos que somos esperadas a fazer, em vez de fazer o que genuinamente queremos fazer.

Sinto que mulheres nessa idade estão realmente insatisfeitas quando se trata de suas vidas amorosas. Vejo o feminismo fazer as mulheres se levantarem e dizerem “não” para coisas que antes elas sentiam a obrigação de dizer “sim”. Mas, de um certo modo, você acha que o feminismo está entrando no meio de ter um relacionamento que nos faz sentir feliz e satisfeitas?

De modo algum. Penso que o feminismo apoia uma ideia simples, mas fundamental: que o gênero de uma pessoa não deveria definir a sua humanidade – isso é a chave para um relacionamento saudável não só com o seu parceiro, mas com você mesma.

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Muitas ativistas feministas dizem que homens não podem fazer parte do feminismo. Como psicóloga, a participação de homens nesse movimento é uma coisa boa ou as mulheres estão certas em os excluírem disso? 

É claro que um homem pode ser feminista. Feminismo é sobre equidade, não sobre a a depreciação dos homens ou a substituição do patriarcado pelo matriarmado.  

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Aqui no Brasil, feminismo não é muito difundido entre as famílias. O que você diria para uma mulher que quer morar junto com o namorado, mas a família afirma que “não é uma coisa que boas garotas fazem?”

Normas sociais são notoriamente difíceis de quebrar. Dito isso, se você quer ver uma mudança de comportamento, então você deveria mudar atitudes – e essas atitudes vão mudar à medida que as mulheres possam ter uma voz desafiando o lugar de onde essas noções vieram, quem elas beneficiam e a importância de mudar essas noções na sociedade atual.  

Viver um relacionamento machista é bem comum aqui. Quando dá para ver que é hora de colocar um alerta vermelho e procurar ajuda? Como você pode ensinar ao seu parceiro valores do feminismo?

O objetivo de se estar em um relacionamento é que de alguma forma isso melhora a sua vida. Se você sente que você está tendo que comprometer as coisas que são importante para você só para marcar a opção “em um relacionamento”, então você está se vendendo por pouco – para dizer o mínimo.  

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Você fala bastante sobre procurar a perfeição. Acha que isso pode ser atribuído aos nossos pais? Como eles nos ensinaram que devemos fazer o que nos faz feliz e nos deram todos os mecanismos necessários para chegar lá, acha que isso aumenta o sentimento de que não podemos falhar?  

Acho que o perfeccionismo ou a ideia de perfeccionismo e de fato o sucesso se tornaram tão onipresentes na nossa sociedade que é inevitável às vezes nos sentirmos por baixo. Enquanto pais que pressionam podem certamente ajudar nisso, acredito que influências das mídias sociais e a idealização da vida de outras pessoas dificultam para nós ter a sensação de que não estamos conquistando o suficiente. A consequência mais insidiosa do perfeccionismo é que isso de fato entra no caminho do desenvolvimento pessoal. Quanto maior o seu medo de cometer erros, menos você vai assumir riscos e é somente por meio dos riscos, de desafiar a si mesma e sair da sua zona de conforto, que você se torna mais confiante e se desenvolve emocional, profissional e pessoalmente.

O medo de envelhecer é uma coisa real para as mulheres de 20 e poucos anos. Como podemos não deixar esse medo entrar no caminho de aproveitar o agora?

A única coisa que pode mesmo ajudar é se nós começarmos a valorizar as pessoas mais velhas, especialmente as mulheres mais velhas da nossa sociedade. No momento, depois de uma certa idade, as pessoas não conseguem se enxergar sendo representadas na televisão, em revistas ou mesmo em posições de autoridade ou poder. Mais profundamente, por causa do jeito que mulheres são objetificadas e como o valor delas é sempre colocado para baixo para focar somente na sua juventude e beleza, não é surpresa que muitas sintam que a equidade social acaba nos seus 20 e poucos anos! Nós precisamos redefinir como nós nos valorizamos, com base em nossas paixões, crenças, realizações e não somente em coisas fugazes como juventude e beleza. Se nós fizermos isso, então viver no presente e envelhecer será muito mais fácil.

Ansiedade é também uma característica da maioria das mulheres atualmente. O que você pode fazer para se sentir menos ansiosa? Quando você sabe que é a hora de procurar um médico?

Se os sintomas estiverem atrapalhando o seu dia a dia, se você sentir que está começando a evitar as pessoas, lugares ou situações como um modo de lidar com isso e se estiver impactando a sua qualidade de vida, você deve procurar ajuda profissional.

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 Como nós podemos aprender a viver sem a pressão social que a mídia nos coloca? Isso é sequer possível atualmente?

Acho que é difícil, mas é definitivamente possível. Tem a ver com ser mais crítica com o conteúdo que consumimos, não comprar conceitos sem questioná-los primeiro. É sobre tentar ser você mesma em vez de competir com as nossas selfies que passaram pelo Photoshop . É sobre sermos mais honestos entre nós sobre as nossas vidas em vez de colocar só a melhor parte à mostra.

Por que nós temos a impressão de que as coisas são mais rápidas ultimamente?

Talvez chega porque nós estamos vivendo em dois níveis – focando no que estamos fazendo, mas também constantemente focando no que estamos perdendo ou não poderíamos estar fazendo ou de fato no que deveríamos estar fazendo. Isso significa que estamos aproveitando menos as nossas experiências, então investimos nelas mais superficialmente sem realmente tomar consciência do que estamos vivendo. Concentrar-se no que você está vivendo em vez de focar no que você está perdendo vai significar que você aproveita e se compromete com isso mais profundamente e talvez por meio disso você não vai sentir que tudo está passando tão rápido.

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