Casal de hipopótamos e luta de leões: como vivem os animais do Simba Safari?
Saiba como é a rotina dos animais no lugar, reaberto após mais de 20 anos em SP

Não muito distante do agito urbano da capital paulista, o casal de hipopótamos Sininho e Pororó vive mergulhando junto. Além deles, os macacos pulam de árvore em árvore e os leões brincam de luta entre si. Vivendo em ambientes que simulam seus habitats naturais, os animais do Simba Safari, na Zona Sul de São Paulo, têm rotina de alimentação, tempo para brincadeiras e podem circular livremente.
Após 20 anos com as portas fechadas, o safari está de volta desde o último mês e traz mais de 40 espécies e 200 animais ao público.
“O Simba Safari está no imaginário dos paulistanos, tem uma ligação com a história da cidade”, afirma Ariel Tandello, biólogo chefe do local.
Como no antigo passeio, os bichos permanecem soltos e os humanos presos em veículos. Agora, porém, ao invés de os visitantes utilizarem seus próprios carros para o safari, um caminhão com capacidade para 40 pessoas guia os turistas pelo percurso.

Andando livres por aí
Segundo Ariel, o novo modelo de visitação permite que os animais circulem de forma mais livre e segura. “A redução do fluxo de automóveis evita problemas com trânsito e deixa o ambiente mais silencioso e confortável”, explica.
Com mais de 150 mil metros quadrados, o parque oferece uma variedade de ambientes como gramados amplos, matas fechadas, árvores altas e lagos para que cada espécie possa se comportar à sua maneira. Há até montes de areia para o dromedário, que se deita sobre eles para tomar sol.

Devido à disponibilidade de espaço, é possível que nem sempre os animais apareçam para o público. No entanto, para o biólogo, o descanso dos animais é fundamental: “O bem-estar de um animal depende da liberdade de escolha dele. No Simba, tem recintos com múltiplas possibilidades para eles, desde locais em que ficam mais visíveis até onde ficam mais escondidos”.
Brincadeira animal
Assim como os homens, os bichos interagem e brincam entre si como parte essencial de sua comunicação. “É interessante observar o que a brincadeira significa para cada espécie”, comenta Ariel. Ele conta que os macacos, por exemplo, têm o costume de perseguir uns aos outros pelas cordas e galhos de árvores. Os macacos-prego divertem os visitantes com suas expressões faciais semelhantes às humanas: “A gente olha para eles e parece que entende o que eles querem nos dizer”, brinca o biólogo.
Um dos destaques do Simba é o casal de hipopótamos Sininho e Pororó, que brinca e mergulha junto. Enquanto ele emite sons altos para proteger o seu território e a sua companheira, ela caminha pelo ambiente ao lado de seu parceiro.

Grandes predadores da natureza, os leões também têm sua forma de brincar: ao visitá-los, é comum vê-los lutando entre si. Ariel conta que eles fazem isso como instinto de sobrevivência, já que têm o hábito de caçar na natureza. O público pode ver os leões de perto através de um vidro ao final do passeio.
Alimentação
De girafas a onças, cada espécie tem necessidades alimentares específicas. Para garantir que os animais estejam nutridos e alimentados, o Simba conta com um zootecnista para controlar as refeições dos bichos. Os herbívoros, por exemplo, têm grama e capim disponível durante todo o dia para se alimentar.

A situação é diferente para o leão: “Eles têm apenas 5 alimentações ao longo da semana, porque na natureza não é todo dia que eles conseguem caçar e comer a presa. A gente reproduz isso para respeitar a fisiologia do leão”, explica o biólogo. Acostumados a se alimentar de grandes mamíferos, os felinos comem musculaturas de carnes bovinas com ossos no Simba. “Não é só o que eles vão comer, mas também a quantidade certa e o momento de oferecer”, completa.