Capivaras em perigo: o impacto do lixo nos roedores em SP
Conheça o Projeto CAPA que atua há cinco anos na região do Rio Pinheiros
Diariamente capivaras que vivem na extensão dos 25km do Rio Pinheiros em São Paulo são afetadas pelo acúmulo de lixo. Para salvar esses animais, o Centro de Apoio e Proteção Animal (Capa) atua ao longo do curso do rio, monitorando os animais em sua margem.
Segundo a ativista e presidente do Capa, Mariana Aidar, elas são a espécie mais prejudicada porque passam praticamente 60% do dia dentro da água, onde tem mais resíduos.
As capivaras são animais semi-aquáticos que vivem em regiões de matas ciliares, manguezais e savanas inundáveis na América Central e na América do Sul. Elas vivem em grupos familiares de 2 a 6 animais ou em bandos de até 20.
Fora desses grupos existem os “machos satélites”, que são capivaras jovens que foram expulsos do grupo familiar pelo macho dominante ao atingirem a maturidade sexual.
“As pessoas precisam entender que qualquer local do município de São Paulo que elas descartarem lixo, a maioria vai parar no Rio Pinheiros e Tietê. Esse resíduo prejudica vários animais, não só as capivaras”, explica Mariana.
Criado pela Farah Service, atual gestora da Ciclovia do Rio Pinheiros e do Parque Bruno Covas, em parceria com Mariana, o Capa atua há cinco anos na região. “A gente criou a princípio para olhar as capivaras, porque elas viviam com objetos e lixo preso no corpo e ninguém fazia nada”, conta Mariana. Hoje, o projeto monitora mais de 70 espécies na região.
A ativista, que atua há 25 anos na causa animal, explica que o material que eles mais encontram presos nas capivaras são as fitas de polietileno, usadas para embalagens, vedação e construções civis.
“Elas não arrebentam por nada nesse mundo. Se as pessoas tiram o material de dentro, não cortam e essa fita vai inteira para o rio. Quando as capivaras estão nadando isso entra no corpo delas pelas patinhas e cabeça. Conforme o animal vai crescendo, a fita vai rasgando ele, às vezes 15 a 20 cm para dentro, é muito agressivo.”
“Quando o animal precisa de mais cuidado, ficamos ali por horas até ele se recuperar”, conta. Em casos mais graves, o projeto tem uma parceria com a Prefeitura de São Paulo, que disponibiliza o Centro de Manejo e Conservação de Animais (CeMaCAS) para tratamento e internação dos bichos.
Cuidado! Animal na via
Mariana alerta que não é apenas o lixo que coloca a vida dos mamíferos em risco. As capivaras também sofrem com atropelamento na Marginal Pinheiros e na ciclovia.
“A gente vem trabalhando arduamente para cercar todas as saídas que o Rio tem para a Marginal”. O Capa conseguiu fechar 95% do trajeto: “Falta agora menos de 1km”.
Mariana conta que entre a região do Jaguaré e o Complexo Viário Heróis de 1932, conhecido como Cebolão, tinha um trecho de 2 km com saída aberta do rio para a via. Em um ano, mais de 25 capivaras morreram atropeladas no trecho. “Depois que fechamos, com ajuda de uma doação, 99% do problema foi resolvido.”
Além do projeto na via, o Capa atua na prevenção da febre maculosa — doença infecciosa grave transmitida pela picada de carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia. Amostras de sangue e carrapatos das Capivaras são coletados semanalmente na região do rio para análise. Segundo a presidente do projeto, nenhuma capivara testou positivo para a bactéria.
Contato
O Capa pode ser acionado via WhatsApp e Instagram, na região do Rio Pinheiros e Parque Bruno Covas. “A gente sempre tem alguém da equipe pronto para ajudar os animais”, finaliza Mariana.
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