Zeca Pagodinho — Uma História de Amor ao Samba
- Direção: Gustavo Gasparani
- Duração: 135 minutos
- Recomendação: 12 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
O cantor e compositor Zeca Pagodinho nasceu Jessé Gomes da Silva Filho há 59 anos e assim é apresentado o tempo inteiro no musical escrito e dirigido por Gustavo Gasparani. Zeca Pagodinho — Uma História de Amor ao Samba mostra a formação e o sucesso alcançado pelo carioca sob o ponto de vista do cidadão, e não do artista consagrado. Na infância e juventude, Zeca, ou melhor, Jessé, é representado pelo ótimo Peter Brandão, que, além da semelhança física, imprime o jeito moleque capaz de explicar muito sobre o personagem. Em tom quase de fábula, o protagonista surge como uma espécie de Macunaíma, por vezes de caráter duvidoso, mas sempre carismático. A dureza do início da carreira, as rodas de samba e os encontros com famosos, como a cantora Beth Carvalho, são mostrados sem a rigidez das produções biográficas. O Jessé alçado ao topo do showbiz — e incomodado com a fama — aparece interpretado por Gasparani, que humaniza o personagem, inclusive nas interações com depoimentos do próprio Zeca exibidos no telão. Estão no roteiro os sucessos Deixa a Vida Me Levar, Maneiras, Quando a Gira Girou e Verdade, mas é pela teatralidade que a história se consuma. O resultado é um espetáculo sincero, gostoso de ver e com a alma de Zeca, ou melhor, de Jessé, o eterno moleque que adora samba e cerveja gelada (135min, com intervalo). 12 anos. Estreou em 14/7/2018. Até 5/8/2018.