Unicórnio

Resenha por Miguel Barbieri Jr.

O diretor Eduardo Nunes demonstrou apuro técnico em seu longa anterior, Sudoeste, lançado em 2012. Com Unicórnio, inspirado em dois contos de Hilda Hilst, o realizador vai além. A direção de fotografia, de Mauro Pinheiro Jr., dá cores fortes aos campos verdejantes das montanhas da região serrana do Rio de Janeiro. Travellings lentos acompanham o tom da narrativa contemplativa. Trata-se, sobretudo, de um filme sensorial, notável também no fabuloso trabalho de áudio — seja no canto dos pássaros ou no estalar da lenha no fogão. A beleza, contudo, está a serviço da poesia vazia. Em duas horas, a trama não deslancha nem provoca emoção. Poucos diálogos cercam a história de Maria (Barbara Luz), uma garota que vive com sua mãe (Patrícia Pillar, na foto) num casebre e vive à espera do pai (Zécarlos Machado). Ao mesmo tempo, elas fazem amizade com um criador de cabras (Lee Taylor). Direção: Eduardo Nunes (Brasil, 2017, 122min). 10 anos. Estreou em 16/8/2018.

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