Tropa de Elite 2

Resenha por Miguel Barbieri Jr

O Capitão Nascimento não é mais aquele. Embora ainda interpretado com garra por Wagner Moura, ele virou tenente-coronel, mas, por causa do fiasco de uma missão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), ganhou cargo de secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Nascimento dá poucos socos em bandidos. Seus inimigos atuais são os políticos safados e os policiais corruptos, e isso faz uma grande diferença para tornar o drama policial menos catártico que o primeiro filme. No quesito técnico, há um salto de qualidade, a começar pela caprichada fotografia de Lula Carvalho (“Feliz Natal”) e a montagem nervosa de Daniel Rezende (“Cidade de Deus”). Os coadjuvantes também são bons — o pernambucano Irandhir Santos (Besouro), por exemplo, rouba muitas vezes a cena do protagonista. Há, contudo, deslizes imperdoáveis. A violência impera agora em sequências barulhentas e muitas vezes sem sentido. Também se mostra excessiva a narração em off. E, no final das contas, o dedo apontado para “o sistema” descamba no vazio de um desfecho sem clímax. Na trama, Nascimento perdeu a mulher (Maria Ribeiro) para um ativista dos direitos humanos (papel de Irandhir Santos) que pretende se eleger deputado. Como na sua mira está a escória da sociedade, não tardará para ter a sua vida posta em risco. Estreou em 08/10/2010.

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