Tomie Ohtake – Gesto e Razão Geométrica
Resenha por Jonas Lopes
A artista japonesa, que completou 1 século de vida em 21 de novembro de 2013, tem a trajetória explorada em uma retrospectiva em cartaz no instituto que leva seu nome. Com curadoria do crítico e diretor do Museu de Arte do Rio (MAR), Paulo Herkenhoff, Gesto e Razão Geométrica exibe sessenta trabalhos realizados de 1953 a 2013. Nascida em Kyoto, Tomie Ohtake veio para o Brasil em 1936 para visitar um irmão, acabou ficando e naturalizou-se brasileira em 1968. As duas obras mais antigas da seleção chamam atenção por revelar a influência muito forte do pós-impressionismo de Paul Cézanne, sobretudo um óleo de 1954. Ainda na década de 50, a abstração lírica ganha espaço na produção, para não mais sair. Enquanto os concretistas não abrem mão da rigidez geométrica, Tomie prefere distorcê-la através da força gestual, alcançando resultados cada vez mais criativos e subjetivos. Notam-se traços do expressionista abstrato Mark Rothko no uso de retângulos e nas camadas de tinta. Ao longo do tempo, as preocupações cromáticas passam a predominar, e nas telas das últimas três décadas a pintora atinge efeitos sofisticados nas passagens tonais. Também comparecem na exposição algumas esculturas móveis feitas de aço tubular. De 23/11/2013 a 9/3/2014.