Substitutos
- Direção: Jonathan Mostow
- Duração: 109 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: EUA
- Ano: 2009
Resenha por Miguel Barbieri Jr






Devido à velocidade com que a ficção científica mudou de forma e conteúdo nos últimos anos, é raro hoje em dia um filme do gênero trazer renovação ao tema. Embora sem a mesma opulência ou criatividade de Inteligência Artificial (de Steven Spielberg) ou Matrix (dos irmãos Wachowski), só para ficar em dois bons exemplos, Substitutos tem lá seu brilho próprio. Trata-se da adaptação de uma graphic novel de Robert Venditti e Brett Weldele. Ambientada em futuro indefinido, a trama fantástica mostra como a sociedade passou a viver melhor depois da criação dos substitutos. À semelhança de seus donos, esses bonecos perfeitos fazem tudo no lugar deles.
Ao ser humano, resta instalar-se numa confortável poltrona de casa, plugar fios na cabeça e, através da realidade virtual, comandar seu robô. Como 98% do mundo aderiu ao sistema, a criminalidade caiu bastante e a propagação de doenças também diminuiu. Mas algo está para mudar nesse universo dominado pelas máquinas. Cabe ao personagem de Bruce Willis, o agente do FBI Tom Greer, investigar um raríssimo caso de assassinato em Boston. A vítima foi o filho do criador dos substitutos e a arma usada no crime era ilegal.
Percebe-se pelas irregulares cenas de ação e destruições o quanto foi apertado o orçamento da fita: 80 milhões de dólares, quase três vezes menos do que a fortuna para rodar Transformers: a Vingança dos Derrotados, uma das maiores bilheterias de 2009. Deslizes assim, contudo, passam até batido frente a um envolvente roteiro policial, cujas surpresas despontam desde os primeiros minutos. Igualmente bem aproveitado é o efeito visual para rejuvenescimento dos atores, o mesmo usado em Brad Pitt no filme O Curioso Caso de Benjamin Button. Aos 54 anos, careca e de barbicha grisalha, Bruce Willis ganha uma cópia com uns vinte anos a menos, farta cabeleira loira e topete à moda do personagem de desenho animado Johnny Bravo.