Sandra Gamarra
Resenha por Jonas Lopes



O tema fundamental
na produção da peruana é a investigação
da linguagem artística através da passagem
do tempo. Foi assim quando criou o LiMac, museu
fictício e virtual inventado para suprir a ausência
de um espaço dedicado a criações contemporâneas
em Lima, ou nas cópias perfeitas de
quadros de Gerhard Richter, exibidas no ano passado
na Bienal. Sandra Gamarra dá prosseguimento
à pesquisa na exposição Mantos. São catorze
telas, dois conjuntos realizados sobre papel,
dez trabalhos feitos de tecido e um vídeo. Destaque
principal da montagem, as pinturas da série
Deja Vu trazem interiores de instituições europeias
e americanas importantes, a exemplo do MoMA, de Nova York, e do Kunsthaus, de Zurique.
Nelas, uma mão — referência ao estilo do
americano John Baldessari — aponta para obras
conhecidas a fim de criticar a ideia de que qualquer
coisa pode ganhar o status de arte. Os conceitos
de autoria se confundem e instigam a
percepção do espectador. Sandra também debate
a relação entre alguns nomes importantes do último
século e o imaginário pré-colombiano, a seu
ver uma influência forte e pouco reconhecida na
trajetória do abstracionismo geométrico e informal
de Mark Rothko e Josef Albers. Preços não
fornecidos. De 15/07/2011 a 27/08/2011.