Romantismo — A Arte do Entusiasmo
Resenha por Jonas Lopes
Reduzida por anos a modos enfadonhos de exibição (“pintura francesa”, “pintura italiana”…), a preciosa coleção do Masp vem ganhando novos recortes temáticos desde 2007, graças aos esforços do curador-chefe do museu, Teixeira Coelho. Depois de A Arte do Mito, Virtude e Aparência, A Natureza das Coisas e Olhar e Ser Visto, chegou a vez de Romantismo — A Arte do Entusiasmo, composta de 79 obras. A tese é polêmica. Na opinião de Coelho, o gênero romântico não se limita ao movimento localizado historicamente na virada do século XVIII para o XIX. Representa, independentemente da época, um modo de o artista se relacionar com seu trabalho e o mundo ao redor, cada vez mais individualizado, intenso e em choque com padrões estéticos e morais. Dentro desse conceito, marcam presença nos nove módulos da exposição tanto nomes muito antigos, a exemplo de Hieronymus Bosch e El Greco, quanto os contemporâneos León Ferrari, Tomie Ohtake e Marcello Grassmann, autores de peças que costumam sair pouco da reserva técnica da instituição. A seleção passa por Van Gogh, Manet e Modigliani. Há ainda o desenho Cavaleiro, de Salvador Dalí, uma valiosa e infelizmente rara doação recebida pelo museu em 2008.