Rodrigo Andrade – Pinturas de Estrada

Resenha por Jonas Lopes

Na 29ª edição da Bienal de São Paulo, em 2010, o pintor paulistano apresentou uma série de trabalhos cuja estética representava uma ruptura radical em sua produção. Matéria Noturna compunha-se de telas enormes, figurativas, com porções espessas de tinta e tons escuros. Um caminho surpreendente para quem começou a carreira no grupo Casa 7, no início dos anos 80, muito marcado pela influência do chamado neoexpressionismo de inflexão abstrata. Na mostra Velha Ponte de Pedra, exibida na Galeria Millan um ano depois, ele deu continuidade a esse novo estilo. Em Pinturas de Estrada, em cartaz no Centro Universitário Maria Antonia, Rodrigo Andrade esbanja um domínio ainda maior de sua atual fase. Mais claras e luminosas, pelo uso eventual do branco nas cenas com neve — como a bela Paisagem de Inverno com Estradinha 2 —, as obras diminuíram de tamanho, mas a imensa quantidade de óleo utilizada continua a criar efeitos e camadas que chamam atenção. Inspiradas em fotografias, as paisagens trazem cenários de rodovias ou campos vazios e desolados. Também em cartaz no espaço: ✪✪ David Batchelor (pinturas e fotografias) e ✪✪✪ Fabricio Lopez (gravuras). De 16/8/2013 a 13/10/2013.
Em cartaz: o Centro Universitário Maria Antonia também abriga no momento mostras do pintor escocês David Batchelor e do gravador santista Fabricio Lopez.