Retrato de uma Jovem em Chamas
- Direção: Céline Sciamma
- Duração: 122 minutos
- Recomendação: 14 anos
- País: França
- Ano: 2019
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Retrato de uma Jovem em Chamas levou o prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes e esteve entre os cinco finalistas do Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro (perdeu para Parasita). O novo trabalho de Céline Sciamma (de Tomboy e Garotas) flui lentamente, como uma tela que, em pinceladas, vai sendo completada, não à toa um dos argumentos do longa-metragem. A trama é ambientada em meados do século XVIII e enfoca a trajetória de Marianne (Noémie Merlant), uma pintora que parte de Paris para realizar um trabalho na Bretanha. Recém-saída de um convento, a jovem Héloïse (Adèle Haenel) está prometida em casamento e, sem que ela saiba, sua mãe (Valeria Golino) quer mandar uma pintura dela para o futuro marido. Marianne, então, deve apenas observar a moça para, às escondidas, fazer seu retrato. Só que Héloïse tem a visitante como uma dama de companhia, com quem caminha na praia e abre seu coração. Aos poucos, elas passam a trocar confidências e carinhos. A cineasta se apega à beleza das atrizes, às locações, à caprichada fotografia à luz de velas, à recriação de época. Falta, porém, algo que transbordou no também romance francês entre mulheres Azul É a Cor Mais Quente: um jorro de desejos profundos e sentimentos conflitantes para trazer à tona uma paixão mais avassaladora e verdadeira. Direção: Céline Sciamma (Portrait de la Jeune Fille en Feu, França, 2019, 121min). 14 anos. Estreou em 9/1/2020.