Querido Brahms
- Direção: Tadeu Aguiar
- Duração: 70 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.


A proposta é menos ambiciosa do que parece. Dirigido por Tadeu Aguiar, o drama Querido Brahms, escrito por José Eduardo Vendramini, não pretende assumir ares biográficos e retrata um episódio que envolve um trio célebre. Na Alemanha do século XIX, o compositor Johannes Brahms (papel de Olavo Cavalheiro) passa uma temporada na residência de um casal de amigos, os também músicos Robert e Clara Schumann (interpretados por Werner Schünemann e Carolina Kasting). Os anfitriões enfrentam uma crise, gerada pela instabilidade psicológica dele e pela frustração de Clara, cada vez mais voltada ao lar. Brahms surge como contraponto capaz de provocá-los, afinal ele tem juventude e energia criativa para promover uma desestabilização. Carolina e Schünemann sobressaem em personagens ricos de nuances, e Cavalheiro fica limitado a um tipo restrito. O espetáculo é um tanto conservador do ponto de vista estético e narrativo. Vendramini construiu uma dramaturgia linear e de pouca profundidade, mais próxima do folhetim televisivo. Aguiar, por sua vez, concebeu uma encenação cuidadosa e correta, mas carente de ousadias mínimas, que já garantiriam um diferencial. Estreou em 30/1/2015. Até 29/3/2015.