Pieta

Resenha por Miguel Barbieri Jr.

Um dos mais produtivos diretores sul-coreanos, Kim ki-Duk, de Casa Vazia e O Arco, realiza um filme muito perturbador. Não à toa, o drama foi recompensado com o Leão de Ouro no Festival de Veneza no ano passado. Na trama, Gang-Do (Lee Jeong-jin) é um implacável cobrador a serviço de um agiota. Embora seu trabalho consista em ter o pulso firme, esse rapaz solitário, sem amigos nem amores, extrapola na crueldade — ele costuma deixar aleijado quem deve e não paga no prazo. Algo tende a mudar em seu caráter de carrasco quando uma mulher (Jo Min-soo) surge dizendo ser sua mãe. Gang-Do, que foi abandonado ainda bebê, a rejeita. De tanto persisitir, ela acaba entrando em sua vida de mansinho. Tal qual a Pietà, de Michelangelo, a escultura da Virgem Maria com Jesus morto em seus braços, o diretor quis representar o amor incondicional de uma mãe. Embalada por cenas violentas, a história busca em seu desfecho uma forma de surpreender (e muito) o espectador. Estreou em 15/03/2013.

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