Os Guardas do Taj
- Direção: Rafael Primot e João Fonseca
- Duração: 80 minutos
- Recomendação: 12 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Galãs da televisão, os atores Reynaldo Gianecchini e Ricardo Tozzi realizam constantes incursões no teatro — ao contrário da maioria dos seus colegas. Seja em busca do aprimoramento profissional, seja na tentativa de estabelecer um diálogo diferente com o público, o fato é que tal iniciativa os encoraja a abraçar desafios mais ousados. O drama Os Guardas do Taj, do americano Rajiv Joseph, é um texto de impacto, capaz de comover e provocar o espectador, mas apoiado fortemente nos seus intérpretes. Em 1648, a poucas horas da inauguração do Taj Mahal, dois oficiais são proibidos de olhar para o esplendor do monumento indiano que será entregue na manhã seguinte. Amigos de infância, o obediente Humayun (Gianecchini) não se incomoda com a determinação e Babur (Tozzi), por sua vez, questiona o sistema a que estão submetidos. As divergências começam a afetar a relação dos dois, e a peça traz à tona discussões sobre tolerância, hierarquia e fraternidade. Os diretores Rafael Primot e João Fonseca criaram uma bela montagem, dividida em cenas que espelham a evolução do confronto entre os protagonistas. Tozzi começa a representação privilegiado pelo caráter debochado de Babur e, mais tarde, corre atrás do tom dramático. Já Gianecchini investe na densidade o tempo inteiro, como o difícil papel pede. Tendo como trunfo o grande texto, ele transmite a maior parte do conflito. Nem sempre encontra a emoção nas passagens mais exigentes, mas faz da entrega o mérito de sua composição (80min). 12 anos. Estreou em 13/1/2018.