Orestes
- Direção: Rodrigo Siqueira
- Duração: 93 minutos
- Recomendação: 12 anos
- País: Brasil
- Ano: 2015
Resenha por Fernando Masini
É interessante a proposta do diretor Rodrigo Siqueira no filme Orestes. Ele traz à tona a tragédia Oréstia, de Ésquilo, para refletir sobre vingança e direito de matar. No clássico enredo, o filho acaba com a vida da própria mãe depois de ver seu pai assassinado em um crime planejado por ela. Corre em paralelo a história verídica de Soledad, uma integrante da luta armada que foi morta pelo amante, o cabo Anselmo, agente da ditadura militar infiltrado entre os guerrilheiros. Siqueira joga com essas duas situações e quer saber até onde a violência pode ser justificada. Coloca frente a frente numa sala vítimas do regime militar, pais cujos filhos foram mortos por policiais em ocorrências suspeitas e uma solitária defensora da pena de morte. Os entrevistados, além de contar suas histórias, são instigados a encenar uma adaptação da peça grega. Por fim, um julgamento, com a presença do ex-ministro da Justiça José Carlos Dias e do promotor Maurício Ribeiro Lopes, é simulado num tribunal. Rodrigo só exagera na dose ao encostar na parede, numa espécie de tortura psicológica, a única voz contrária do debate, a que defende policiais e se mostra a favor de ações mais truculentas contra bandidos. Estreou em 24/9/2015