O Pacto de Adriana

Resenha por Miguel Barbieri Jr.

Poucos diretores conseguem escancarar a vida familiar num documentário com tanto afinco e persistência. Com apenas 30 anos de idade, a chilena Lissette Orozco foi uma guerreira ao fazer um registro de transparência incomum em O Pacto de Adriana. Parece que tudo são flores no início do filme. As lembranças de infância mostram Lissette entre sua mãe, a avó e a carinhosa tia Chany, que, certo dia, mudou para a Austrália. Em 2007, a parente, chamada Adriana Rivas, foi presa em Santiago e a verdade veio à tona: ela trabalhou como secretária da polícia secreta de Augusto Pinochet, na década de 70. A tia torturou presos políticos e participou de assassinatos ou, conforme ela alega, sabia pouco o que ocorria nos porões da ditadura? Eis o dilema da cineasta: vasculhar o passado de Adriana para obter uma resposta. Direção: Lissette Orozco (El Pacto de Adriana, Chile, 2017, 96min). 14 anos. Estreou em 11/1/2018.

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