O Inevitável Tempo das Coisas
- Direção: José Roberto Jardim
- Duração: 60 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Em sua montagem anterior, Adeus, Palhaços Mortos!, o diretor José Roberto Jardim abriu mão de uma cenografia convencional. O drama O Inevitável Tempo das Coisas, de Wagner D’Avilla, apresenta recurso semelhante — também bem-sucedido — ao mostrar um homem e uma mulher (interpretados por Pedro Henrique Moutinho e Natallia Rodrigues) dentro de uma videoinstalação. Um incessante jogo de imagens serve de apoio para os altos e baixos de um conflito psicológico sem deixar claro o que é passado, presente e alucinação. Na tentativa de superar um trauma, a protagonista procura um processo de hipnose para entender as perdas recorrentes de sua vida. Durante o transe, ela reencontra o homem que tanto amou e reconstitui fases decisivas do relacionamento. A mudança de casa, para viverem sob o mesmo teto, as brigas, a chegada da filha e um acidente são alguns fatos marcantes para os personagens, e se tornam desafios contínuos para os atores. Moutinho e Natallia alternam diferentes emoções em poucos minutos, na maioria das vezes com sucesso. Em certas situações, recorrem a um tom monocórdico que disfarça possíveis limitações e reforça a mão do diretor na condução da dupla (60min). 14 anos. Estreou em 3/4/2018. Até 7/6/2018.