Navalha na Carne – Marcelo Drummond

- Direção: Marcelo Drummond
- Duração: 60 minutos
- Recomendação: 16 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.

Clássico dos clássicos do autor santista Plínio Marcos (1935-1999), o drama Navalha na Carne é constantemente revisitado. Só no ano passado, o texto originou três montagens vistas na cidade. Diante de tantas variações sobre o mesmo, haja criatividade. Logo, uma encenação proposta pelo inventivo Teatro Oficina Uzyna Uzona chega cercada de natural expectativa. O que se percebe, no entanto, vai pouco além do convencional benfeito. Sob a direção de Marcelo Drummond, a peça, ambientada em um quarto de pensão, tem o cenário realista reproduzido no fundo da pista central do Oficina. Por lá, a veterana prostituta Neusa Sueli (interpretada por Sylvia Prado) mora com o cafetão Vado (vivido por Drummond), que a acusa de não repassar o lucro da noite anterior. Tony Reis representa Veludo, o faxineiro e detonador do conflito. Os vídeos, captados simultaneamente, são projetados o tempo inteiro, inclusive com imagens da área externa da Rua Jaceguai. Usado como diferencial, o recurso interfere na dramaticidade. O trio de atores adota um tom mais baixo, que diminui a tensão fundamental. Para Sylvia, essa opção gera pontos e acentua o cansaço da personagem. Já para Drummond compromete a agressividade do proxeneta, dando-lhe uma caráter bem menos ameaçador. A surpresa fica por conta de Reis, responsável por um Veludo capaz de dosar o estereótipo gay com a fragilidade e a opressão (60min). 16 anos. Estreou em 17/10/2015.