Max Ernst
Resenha por Pedro Ivo Dubra

No século XIX, houve na Europa um boom editorial: livros, revistas, anúncios cheios de ilustrações de fino acabamento. O pintor alemão Max Ernst (1891-1976) cresceu nesse contexto de pujança gráfica e guardou boas lembranças visuais. Em 1933, o artista coletou velhas páginas de folhetins e fez colagens sobre elas. Compôs 184 novas obras, reunidas numa série batizada de Uma Semana de Bondade. O plano inicial consistia em dividi-la em sete livros, mas apenas cinco receberam publicação, com 182 criações. Max primou pela meticulosidade: na maioria das vezes, não é tarefa fácil distinguir o original dos enxertos recortados e colados. Resultou num conjunto digno do surrealismo, movimento ao qual Max Ernst se vinculou. Numa das imagens, por exemplo, uma dama dá o braço a um cavalheiro dotado de corpo de pássaro. Com alusões à crueldade e ao absurdo, também podem ser encaradas como uma representação da escalada nazista. Antes do Masp, a mostra passou em 2009 pelo Musée d’Orsay, de Paris. Também em cartaz no Masp: ✪✪✪ Francisco Stockinger (esculturas e gravuras) e Evandro Carlos Jardim (gravuras, pinturas e desenhos). De 23/04/2010 a 18/07/2010. ✪✪✪