Martin Eden
- Direção: Pietro Marcello
- Duração: 129 minutos
- País: Itália, França
- Ano: 2019
Resenha por Miguel Barbieri Jr.
Um dos grandes problemas dos resultados de festivais mundiais é a pulverização de prêmios. Tome-se como exemplo a competição de Veneza em 2019, em que Coringa, num arrojo do júri, ficou com o Leão de Ouro. Seria sensato, portanto, que Joaquin Phoenix levasse o troféu de melhor ator. Mas não. Luca Marinelli, numa atuação apenas correta, foi o laureado. E esse nem é o maior dos equívocos de Martin Eden. Inspirado livremente num livro de Jack London (1876-1916), o filme configura-se desastroso em vários pontos, embora a história de superação mostre-se edificante. O protagonista, de origem humilde, não completou os estudos e ganha a vida como marinheiro. Ao salvar um jovem aristocrata, acaba conhecendo Elena (Jessica Cressy), a letrada irmã dele — e se encantando com ela. Eden, interessado pela poesia de Baudelaire, decide dar novo rumo à vida e virar escritor. A recriação de época é tão ruim que não se sabe, exatamente, quando se passa a trama, talvez algo entre as décadas de 40 e 50. Há ainda outros tropeços, como a pavorosa maquiagem de envelhecimento, a montagem desleixada, o roteiro atabalhoado e a direção primária de Pietro Marcello. Eis, aqui, um típico engodo de festival. Direção: Pietro Marcello (Itália/França/Alemanha, 2019, 129min). 14 anos.Estreou em 27/2/2020.