Lygia Clark

Resenha por Jonas Lopes

A mineira Lygia Clark (1920-1988) ganha uma oportuna e excepcional retrospectiva. Completa, a montagem do Itaú Cultural reúne 145 obras provenientes de coleções públicas e particulares. A seleção parte de material raro: os óleos de inflexão cubista pintados bem no início da produção, entre eles O Violoncelista, de 1951. Lógica e organizada, a mostra ajuda a compreender de modo linear a evolução da carreira de Lygia — a geometria marcante dos guaches Planos de Superfície Modulada, por exemplo, desemboca nos relevos Trepantes e, logo depois, nos célebres Bichos, objetos cujas formas podem ser alteradas, presentes tanto nas peças originais quanto em réplicas manuseáveis. Por meio deles, a artista enfim tridimensionalizou os trabalhos e alcançou o objetivo de “arrebentar o núcleo do quadro”, segundo sua própria definição. Outras criações valiosas são as pequenas esculturas feitas com caixas de fósforos coloridas e, sobretudo, as instalações interativas. Caso de Campos de Minas, realizada a partir de documentos deixados por Lygia. Ali, o visitante calça um sapato com ímã na sola e tenta caminhar sobre um piso também imantado. De 01/09/2012 a 11/11/2012.

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