Luigi Ghirri

Resenha por Jonas Lopes

Pioneiro no uso de cores na fotografia italiana — embora ainda esteja sendo descoberto aos poucos pelas grandes instituições europeias e americanas —, Luigi Ghirri (1943-1992) tem 200 obras reunidas em uma fabulosa retrospectiva em cartaz no Instituto Moreira Salles, intitulada Pensar por Imagens. Ícones, Paisagens, Arquitetura. A seleção parte de fotomontagens do início da carreira, mas logo chega à rápida maturidade do artista. Nada aguçava mais o talento dele do que espaços vazios. Seja um quarto apertado e marcado por vestígios de presença humana, seja a amplitude de uma paisagem aberta, desolada e coberta de neve, a sensibilidade poética nunca diminui. A série Identikit possui uma espécie de autorretrato intelectual ao mostrar os seus discos, livros e revistas. Um bom ensaio foi realizado no ateliê de Giorgio Morandi (1890-1964), em Bolonha. Ghirri clicou os objetos transformados por Morandi em suas naturezas-mortas e até hoje presentes no estúdio do pintor. Muito bem organizada, a exposição traz também monitores sensíveis ao toque nos quais o público pode conhecer mais sobre os fotolivros de Ghirri. De 23/11/2013 a 26/1/2014.

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